Fazendeiros quebram cercas da comunidade quilombola de Resina

Cerca de 40 homens entraram dia 31/08 na comunidade de Resina, em Brejo Grande, Sergipe, para destruírem plantações e quebrarem as cercas que demarcam o território
quilombola recém-criado e que abriga mais de 50 famílias de pescadores. A ação capitaneada pelo fazendeiro Josan Góes demonstra o acirramento dos conflitos por terra, desde que o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) iniciou a demarcaçà£o da área de 174 hectares, no ano de 2010.

O cercamento da área, realizado pelo INCRA, foi feito a pedido do juiz da 2ª Vara Federal de Sergipe, Ronivon de Aragão. O objetivo da medida foi evitar conflitos
na área, até que sejam finalizados os procedimentos administrativos relacionados à demarcação do território. Às 15 horas de hoje foi iniciada uma audiência na sede do Ministério Público Federal com a participação de representantes da comunidade de Resina, do Ministério Público Federal, do INCRA e da Secretaria de Direitos Humanos do estado de Sergipe. Cerca de 40 famílias também estão ocupando a sede do INCRA para pressionar na decisão do impasse.

Histórico de Conflitos
Desde 2006 as famílias Quilombolas de Resina vêm sofrendo inàºmeras ameaças, com a queima de suas casas, destruição de roças, impedimento da pesca nas lagoas marginais
e manguezais, entre outros tipos de violência contra a vida e seu patrimônio de uso coletivo. A ameaça inicial partiu da Norcon (Sociedade Nordestina de Construções
S/A), que pretendia construir um luxuoso hotel, no lugar onde historicamente vivem as famílias pescadoras artesanais quilombolas de Resina.

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Ingrid Campos
Articulação Popular do São Francisco – Assessoria de Comunicação
(71) 3329-5750 / 3328-4672
www.saofranciscovivo.com.br

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