Recid e Cúpula dos Povos

Educadores/as debatem como será participação da Recid na Cúpula dos Povos, na Rio + 20 por justiça social e ambiental.

   A Recid iniciou um diálogo sobre a mobilização nacional e o seu papel na com a Cúpula dos Povos, atividade da sociedade civil, que acontecerá de forma simultânea a Rio + 20, em junho deste ano, no Rio de Janeiro. O debate, com participação de um/a educador/as de cada estado, realizado no terceiro dia do XI Encontro Nacional, contou com a participação de Pedro Picoli, da ReJuma (Rede da Juventude pelo Meio Ambiente), e que contribui com os Comitês estaduais de mobilização para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

   Após 20 anos da realização da primeira Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, a ECO 92, e dos seus desdobramentos de acordos e avaliações como a Rio +10, espera-se que este ano com a ação da Cúpula dos Povos obrigue os governos do mundo todo a sair do discurso e a agir concretamente em relação ao crescimento econômico e aos seus impactos no meio ambiente.

   Pedro apresentou algumas informações dos desastres ambientais que o planeta está vivendo, entre eles o aumento da emissão de gases de efeito estufa, derretimento de todas as geleiras, a diminuição da cobertura florestal em 30 milhões de hectares. Ele ressaltou que apenas 10% florestas estão sob uma gestão sustentável. No Brasil, 96% de todo o lixo gerado é lançado em áreas sem tratamento. Diante de todo este contexto de retrocesso a Rio + 20 se apresenta com a perspectiva de renovar, revisitar e debater os acordos estabelecidos nestas últimas décadas.

   Porém como afirma o Pedro: “esse processo oficial está melado pelo sistema da ONU, no qual o Conselho de Segurança é composto pela França, Rússia, Estados Unidos, Inglaterra e China. Estes países possuem o maior poder de decisões”.Todo o processo, segundo o representante da Rejuma, está pautado por duas grandes temáticas: a economia verde e os instrumentos de governança global. O primeiro tema se diz no contexto da preservação do meio ambiente e a biodiversidade, na perspectiva de erradicação da pobreza e das desigualdades. E o segundo para que se garanta a implementação do desenvolvimento sustentável no quadros institucional dos governos.

   A Cúpula dos Povos, neste contexto, quer fazer um contraponto a esta apropriação da temática do meio ambiente sustentável, que tem a intencionalidade de usar métodos de colocar valor de mercado na natureza, destruí-la em benefício de poucos. É o espaço paralelo à Conferência Rio+20, onde os movimentos sociais podem colocar peso em seus debates e avançar na disputa política em torno da concepção de desenvolvimento que defendem, tendo em vista o modelo de meio ambiente e justiça social. “Precisamos ficar de olho no processo oficial da Conferência, e na ONU, para acompanhar o que eles realmente estão fazendo e criticá-los. Precisamos utilizar ferramentas para mostrar o que queremos e o que estão querendo com a economia verde” disse.

   Após este diálogo de apresentação e contextualização foi aberto o momento dos/as educadores/as da Recid representantes de seus estados se posicionarem sobre esse processo. Pouquíssimos deles relataram experiências concretas de fortalecimento de lutas para avanços de um meio ambiente realmente sustentável e questões socioeconômicas que são transversais e se complementam. Mas entende-se a falta de tempo para nos prepararmos sobre o assunto. Francy, do Amazonas, reforçou que um dos encaminhamentos deste Encontro Nacional, que foi levantado no momento de aprofundamento dos desafios estratégicos, foi a negação da Economia Verde e o fortalecimento a Cúpula dos Povos.

   A partir disto, temos como possibilidades concretas um indicativo de multiplicar para os educadores/as dos nossos estados e os grupos de base a importância de buscarmos os Comitês de organização estadual e se possível nos integrar e contribuir com eles. E com isto na primeira Reunião Ampliada do ano, que acontecerá agora em abril, ficou de definirmos se vamos propor uma atividade da Recid na Cúpula dos Povos. Este seria um espaço de importância pedagógica e política para a rede neste momento histórico.

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