Amigos e Amigas, Companheiros e Companheiras de luta, nossas saudações.
Onde quer que haja mulheres e homens, há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há sempre o que aprender.
(Paulo Freire)
A partir das experiências vivenciadas nas diversas atividades planejadas e realizadas, elaboramos essa carta para partilhar com todos/as da rede como deu-se a realização das nossas atividades pautadas no compromisso e na participação de cada ator e atriz que anima e faz o trabalho acontecer. Destacamos aquinossas ações, desafios, limites, avanços e aprendizados.
Para darmos continuidade aos nossos trabalhos foi de fundamental importância planejar as nossas ações na perspectiva da construção participativa e coletiva, tendo como tema do nosso intermunicipal de Planejamento Avaliar e Planejar para se avançar nos sonhos: Possibilidades e Limites.Foi momento de formação, informação e reflexão para os educadores/as contratados/as, voluntários/as que juntos/as pensaram nas ações a serem desenvolvidas dando sempre a importância da realidade em que cada base se encontra.
Saímos deste Intermunicipal fortalecidos/as para colocar em pratica as ações que foram planejadas para este aditivo. Onde o objetivo principal é qualificar o trabalho de base e fortalecer as nossas bandeiras de luta. Dando continuidade com as mulheres na luta pelo acesso as políticas públicas e direitos humanos. A juventude é o foco do nosso trabalho, por tanto estamos dando segmento para o fortalecimento do protagonismo juvenil. Assumimos o desafio de estar juntos/as na luta com os ribeirinhos/as, agricultores/as e seringueiros/as, em busca da definição de políticas públicas para o meio rural. Queremos com tudo isso discutir e fortalecer a luta do homem e da mulher da floresta preservando seu modo de vida e buscando alternativas para o bem viver.
Dentro dessa perspectiva nossas atividades, oficinas, reuniões, coletivos estadual e municipais e encontro Intermunicipal possibilitam a formação do sujeito baseada no saber da comunidade.
Coube a nós enquanto equipe de animadores/as desse processo organizar, planejar e acompanhar as oficinas junto aos educadores/as. Estes são momentos de resgatar os valores dos indivíduos, dando espaço para a partilha de suas experiências. Sendo assim destacamos as principais temáticas trabalhadas: Como fazer o trabalho de base. Esta foi para possibilitar um momento de estudo aos educadores/as que fazem parte do coletivo estadual, para que estes pudessem se apropriar ainda mais do processo de construção do trabalho de base. Com a juventude trabalhamos diversas oficinas para propiciar o fortalecimento, o empoderamento sobre a pratica da educação popular, sendo que estes cada vez mais têm participado e contribuído para o avanço das discussões sobre as políticas que estes ainda não têmacesso. Outro tema foi Juventude na América Latina, tendo como papel despertar nos jovens a importância de serem considerados Latino-Americanos.
Trabalhamos ainda sobre o Projeto Popular para o Brasil, com o intuito de mostrar o processo de sua origem, o que é, suas características, de que forma a Recid vem contribuindo para o fortalecimento desse projeto, destacando que este é de fundamental importância para a construção do Poder Popular.Para fazermos uma soma a este tema foi trabalhado com diversos grupos sobre A importância do trabalho em grupo.
A auto-estima foi uma temática que se fez necessária, já que é importante despertar nas pessoas, principalmente na juventude para que não percam os sonhos e suas utopias. Destacamos também a oficina realizada sobre Homofobia, que teve como objetivo a prevenção e orientação.
Destacamos ainda que as atividades se deram com outros grupos como: Grupos de mulheres, Assentamentos rurais, áreas de conflitos, Centro de Referência de Assistência Social, Quadrilha junina, Associações de Moradores/as, Ribeirinhos e agricultores rurais, entre outros.
Mais um sonho foi realizado, o I Intermunicipal Especifico para as Mulheres, com o tema: Educação Popular, Direitos humanos e Políticas para Mulheres. Com o lema: Sem as mulheres os direitos não são humanos. Tendo como objetivo geral: fortalecer instrumentos de promoção e defesa dos direitos humanos e políticas públicas para as mulheres, valorizando os diversos saberes e a troca de experiência.Contamos com a participação de 45 mulheres que fazem parte de diversos grupos e organismos que compõe esta rede.
Nos diversos momentos de formação da equipe e dos demais educadores/as populares buscamos sempre refletir sobre a conjuntura que nos cerca.Nos encontros do coletivo estaduale municipaisrefletimos sobre nosso trabalho, nossa atuação, desafios e para planejar algumas ações.
Mas um desafio foi superado. Conseguimos chegar ao município de Tarauacá-Ac, a mais de 400 km da capital Rio Branco. Por muito tempo tínhamos o anseio de articular, mobilizar e realizar ações de educação popular, mas não era possível pela localização geográfica em que este se encontra. Organizamos-nos, buscamos parceria e conseguimos ter um momento para apresentar a rede e ouvir as diversas problemáticas existentes. Foi uma atividade positiva. Sabemos que há muito a ser feito, e entendemos também que temos muitas dificuldades para continuarmos a acompanhar as atividades. Temos a certeza de que como apoio das entidades locais as oficinas de formação terão uma continuidade.
Destacamos a importância da participação RECID/ACRE, no seminário Internacional de desenvolvimento econômico Integrado Sustentável na PANAMAZONIA sudoeste e o 1º encontro Internacional de Turismo e Comercio realizado nos dia 14 e 15 de junho em Rio Branco. O seminário tinha como objetivo discutir economia e desenvolvimento na tríplice fronteira entre Brasil, Bolívia e Peru. Consideramos importante a participação da rede nesses espaços já que estamos em preparação para o VI fórum Social PANAMAZONIA.
Tivemos um momento importante para desencadear processos de reflexão a cerca de temas relacionados a sustentabilidade, tendo uma participação na conferência da Rio+20, com a representatividade de duas educadoras do estado, sendo Maseias Reis e Juliana Castro. Em preparação para uma boa participação do estado, buscamos informações, a respeito de como poderíamos participar e também nos preparar para a discussão.Buscamos nos apropriar das conversas e momentos de estudo feitos em encontros a nível nacional, como ocorreu no Xi Encontro Nacional e Reunião Ampliada. Demos uma grande importância para os textos que nos foram enviado, servindo para um acúmulo teórico que somaria aos demais meios de informação que procuramos ter acesso.Era grande a expectativa para esse momento, por se tratar de um evento global onde os movimentos sociais de todo o mundo estariam participando. Fomos movidos pelos sonhos e a esperança na tentativa de fazermos algo para melhorar a condição humana de nossa brava gente. Toda a troca de experiência que houve em meio à diversidade existente nos ajuda a entender que precisamos fortalecer os processos desencadeados nesse trabalho visando uma mudança socioambiental e econômica de nosso planeta.
Mediante ao que foi exposto temos a certeza que tivemos grandes avanços, aprendizados, acúmulos e diversos saberes, mas sabemos também que as dificuldades nos cercam por isso registramos aqui a oficina realizada na zona rural de difícil acesso do município de Sena Madureira no interior do estado. Para chegarmos até a comunidade tivemos grandes obstáculos em relação a infrae
strutura do ramal foram muitas as vezes que tivemos que sair do carro para empurrá-lo. Apesar dos desafios chegamos a comunidade onde fomos bem acolhidos/as e pudemos ouvir as dificuldades encontradas pelos moradores/as que sofrem pelo descaso do poder publico.
A rede vem trabalhando em parceria com os diversos grupos e entidades, onde destacamos: Secretaria de estadual de desenvolvimento social – SEDS, Conselho Municipal de Economia Solidaria, Conselho estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, Fórum Executivo de Economia Solidaria, Fórum de EJA e Secretaria de estado de políticas para as mulheres. O objetivo da rede e fazer a diferença nestes espaços.
Estamos sempre buscando garantir a vivencia dos três momentos metodológicos da Educação Popular Freireana: Estudo da Realidade, Aprofundamento Teórico, Aplicação do Conhecimento. São estes momentos que nos impulsionam a um trabalhado mais qualificado, visando à transformação da realidade em que o sujeito se encontra.
Quero prosseguir, quero acreditar, pensar em desistir jamais.
Cheguei até aqui, não quero mais voltar, pensar em desistir jamais.
(Desistir Jamais – Clovis Pinho)
Equipe Estadual RECID/ACRE.