Carta Pedagógica Rio de Janeiro (08/2012)

“Ninguém está obrigado a cooperar em sua própria perda ou em sua própria escravatura, a Desobediência Civil é um direito imprescriptible de todo cidadão.”

Mahatma Ghandi

 

“As tantas rosas que os poderosos matem nunca conseguirão deter a primavera.”

Ernesto Che Guevara

 

A Recid-Rj tem passado desde o ano passado por momentos de dificuldades, mas temos enfrentando-os e vamos caminhandosuperando-os.  São muitos os desafios, mas, nada que nos faça desistir ou desanimar.

 

A realidade no Estado neste momento é algo muito grave diante do quadro de abandono pelo Governo Estadual e Municipal, principalmente nas questões básicas como; educação, saúde, trabalho, transporte e moradia. Sãoinvestimentoscom os recursos públicos nas áreasurbanas para receber os Mega Eventos que já estão acontecendo, como a Rio + 20; e os que estão para acontecer como a Copa do Mundo, Olimpíadas, Jornada Mundial da Juventude, etc. Inclusive temos um Ginásio feito para os Jogos Pan americano que custou aos cofres públicos 17 milhões e agora vai ser demolido para a construção de um novo, porque o Comitê Olímpico não aprovou o Ginásio atual e não admitiu reformas.  Ou seja, estamos diante de uma calamidade pública. O mesmo governo que alega não ter recursos para melhorar as condições de trabalho de categoriascomo a médica e educacional, é o Governo que custeia obras que em nada contribuirá com a melhoria da vida e social da populaçãodo estado. Obras essas que vem causando inúmeras remoções de famílias/comunidades por conta especulação imobiliária. Na segurança pública vivemos um processo de pacificação de moradores em diversas comunidades pobres, há constantes queixas de abuso de poder, ameaças e assassinatos. Junto com essa “pacificação”, é visível oextermínio daJuventude negra e pobre, a greve de diversas categorias,a saúde com hospitais fechando, falta de manutenção dos prédios públicos, falta de profissionais e ainda com os planos de saúde não conseguindo atender a demanda dos que recorrem a eles.

Bem diante deste quadro dá para perceber que o Rio de Janeiro esta passando por momentos drásticos de violência e críticos no atendimento público a sua população.

Nós educadoras e educadores atuamos em espaços diversos, com lutas específicas diversas assim também com idades diversas.  Atuamos, na Economia Solidária, trabalho específico com mulheres eJuventude, Hip Hop,Pastoral da Juventude, O Levante da Juventude, CONSEA, Greve dos ProfessoresAcadêmicos, Sindicatos,Atingidos por Desastres Naturais e Desabrigados, Luta pela Moradia, Cursos pré-vestibulares, Cultura, na Campanha Contra o Genocídio da Juventude Negra, e na Campanha Contra os Agrotóxicos, no Comitê da Copa,etc. Estamos atuando com os grupos com certa limitação, devido à falta de recurso de manutenção para nosso deslocamento.

 

Temos dado continuação em nossos encontros de formação, mas em menos vezes por conta das mudanças da Entidade Âncora Estadual, algo que vem nos atrasando desde então, além dos próprios problemas de gestão da entidade nacional por conta de momentos do atual governo como auditorias, etc. Mas estamos caminhando, pode ser a passo lento, mas não paramos e jamais desistimos. Esta forma de gestão de primeiro os educadores fazerem as oficinas e somente depois, se a prestação de conta passar pelaaprovação da entidade âncora nacional, recebermos o ressarcimento, tem dificultado os trabalhos no estado. Uma vez que estamos sem dinheiro em caixa para a nossa manutenção. O que seria mais viável para o estado neste momento seria a liberação dos recursos em partes para podermos trabalhar e fazer caixa de manutenção, impedindo de em momentos ficarmos atados sem poder caminhar. Semacessaresses recursos antes, uma parte de nosso trabalho para momentaneamente e como temos que cumprir prazos de acessar o recurso e para prestação de contas, obviamente atrapalha a demanda de nossas atividades de equipe, mas não nos impede de nos movimentar e seguir adiante.

 

Na Cúpula dos Povos e Rio + 20, os educadores do Rio de Janeiro fizeram o que puderam para receber os 70 educadores (as) da RECID que vieram de diversos Estados.  Dentro das nossas limitações diante de todos os lugares de hospedagem já reservados e com poucos recursos além do recurso aos educadores que chegou com atraso para as despesas pessoais de locomoção e alimentação.

A avaliação sobre os resultados da Cúpula dos Povos não foram positivas, pois o que mais se viu foi um grande encontro de movimentos e organizações, mas com caráter turístico e de comercialização do que de mobilização e manifestação revolucionária diante aos graves problemas que a questão socioambientalvem enfrentando nesses 20 anos após a eco-92.      Tivemos educadores (as) que não vieram preparados para o sentido político, mas com um sentimento turístico, que com certeza precisa ser avaliado partindo desta carta, em seus estados de atuação. Isso em muito refletiu na atuação da RECID na Cúpula dos Povos.

 

Tivemosproblemas de relaçõesinterpessoais e de concepções políticas entre os educadores e educadoras do Rio de Janeiro, mas caminhamos em sua superação. Algo que dividiu as relações, mas, não os trabalhos que cada educador e educadora presta na sua militância dentro desta Rede.

 

E nós, quanto organização e movimento social estamos no meio disso tudo, sofrendo pressões,desafios,ameaças, tentativas de subornos, cooptação, perda da vida como militantes líderes de associações de moradores, de comunidades que fazem resistência contra deixar sua casa e suas raízes.  Embora com avanço, não negamos, temos muitos desafios e perdas, e muito disso se deve ao governo de estado ser opressor, corrupto e estar do lado da burguesia e não de seus contribuintes que pagam seus salários, mordomias e privilégios, além da confiança e de acreditar que pode mudar p melhor alguma coisa na vida da população menos favorecida.  Fazem-se muitas propagandas positiva desse governo por via midiática, mas a realidade é que é a pior possível na história do Rio de Janeiro.  Este tem se revelado o pior governo da história para a população pobre.

 

Mas a equipe do Rio de Janeiro, esta aqui na ativa para fazer sua parte. E dar a sua contribuição na luta socialista por um mundo melhor e por uma vida decente a população menos favorecida.

 

“Enquanto lutam separados, são vencidos juntos.”

Tácito

 

“O mundo tem riqueza disponível para que todos os homens sejam ricos.”

Evita Peron

 

RECID EQUIPE DO RIO DE JANEIRO

 

 

Rio de Janeiro, 03 de agosto de 2012.

Um comentário em “Carta Pedagógica Rio de Janeiro (08/2012)

  1. Avante equipe de educadores/as do Rio de Janeiro. Nós do Amapá nos solidarisamos a vocês, torcendo para que superem suas dificuldades na gestão do convênio como temos vencido. Esperamos que nossa Carta pedagógica/Rede de Solidariedades os ajude a vencer esses desafios.

    “Se cada irmão, se todo irmão, sem preconseito de credo e cor, despertar, ganha clareza e força dos elementos: A força da chuva, do vento e do sol”. (Música Raças e Credos de Osvaldo MOntenegro)

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