No Brasil, é hora do Fórum Mundial de Educação

O Fórum Mundial de Educação, que acontecerá entre 23 e 26 de março em Nova Iguaçu, vai concentrar educadores de todos os tipos e entidades sociais de várias partes do mundo. Trata-se do braço educacional do Fórum Social Mundial.

O Fórum Mundial de Educação, que acontecerá entre 23 e 26 de março em Nova Iguaçu, vai concentrar educadores de todos os tipos e entidades sociais de várias partes do mundo. Trata-se do braço educacional do Fórum Social Mundial, o que o coloca como um dos maiores eventos da área educacional do mundo e, certamente, o maior organizado pela sociedade civil internacional.

Esta semana, uma reunião com cerca de 150 lideranças sociais, educadores e autoridades, apresentou o FME. O encontro ocorreu no Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu, uma das instituições mais engajadas na realização do evento. Representando o Centro de Direitos Humanos, o padre Pierre Toussaint Roy disse que “o Fórum Mundial de Educação pretende ser espaço de construção coletiva de políticas públicas que garantam o direito à educação, que é a base do desenvolvimento econômico, social, cultural e humano”. 

Salete Valezan, do Instituto Paulo Freire, também fez referências ao significado do FME. “Não se transforma uma sociedade só com a educação, mas sem educação não se transforma uma sociedade”, disse ela. Ela enumerou alguns dos objetivos do Fórum: democratizar o acesso e a gestão da educação; estruturar a região; comprometer a região com uma outra educação necessária para um outro mundo.

Quando Salete fala em comprometer a região, ela se refere à Baixada Fluminense, região tradicionalmente desassistida pelo estado e carente de estrutura urbana  e econômica. A realização de um evento mundial em Nova Iguaçu tem o potencial de afetar toda a região. Esperam-se entre 15 mil e 20 mil pessoas no FME. Nada menos do que 71 organizações, órgão de governo, universidades e empresas já fazem parte do comitê organizar e vão incidir sobre a cidade. Pelo menos 21 instituições locais (entre colégios, clubes, associações empresariais, movimentos sociais, SESC, prefeitura e câmara de vereadores) estão angajadas.

Este volume de mobilização tendo como eixo a educação, numa área em que a carência de política educacional se traduz em prolongamento da pobreza e perda de oportunidades históricas, certamente mudará Nova Iguaçu e a Baixada. O Fórum Mundial de Educação deixará um legado importante para a Baixada. É por isso que a secretária de educação de Nova Iguaçu, Marli de Freitas, disse na apresentação do evento: “depois de um ano da tragédia, a Baixada vive um momento de discutir educação. Obrigado por nos dar a chance de mostrar que a Baixada não é só violência, é também educação”. A tragédia a que ela se referiu é a chacina de 29 pessoas em 31 de março de 2005, em Nova Iguaçu e Queimados. Epidósios da chaga social brasileira que esforços como o do Fórum Mundial de Educação hão de evitar para sempre.
 
Fausto Oliveira – Fase

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