Um grupo formado por um representante dos estados de Tocantins, Amapá, Roraima, Amazonas, Acre e Pará se reuniu em Manaus-AM, de 15 a 17 de junho, para o encontro de Sistematização da Região Norte. Grupo conseguiu produzir o capítulo histórico sobre a Rede na região. O encontro, segundo a coordenação do evento, teve o objetivo de perceber em qual fase da sistematização proposta pela comissão nacional se encontram os estados e a região norte e avançar na produção final.
Após três dias intensos de trabalho, o grupo conseguiu avançar na produção e ter mais clareza sobre o sumário da Região, chegando inclusive a elaborar o segundo capítulo que trata de recuperar a memória histórica de como a Rede de Educação Cidadã-Talher foi se organizando em cada estado e na própria Região Norte.
Segundo Vera Lúcia Lourido, educadora que acompanha a região, é uma ousadia propor uma produção coletiva e recuperar a história vivida. Construir uma memória a duas mãos não é fácil, imagina com muitas cabeças. Os movimentos populares não têm muita tradição de sistematizar as experiências, disse.
Também foram definidas as duas experiências de cada estado que serão sistematizadas que vão desde projetos de geração de renda e pequenas cooperativas, passando pelo trabalho de nucleação de famílias e articulação dos Conseas até experiências de comunicação popular como O Rorainópolis, jornal desenvolvido no município que leva o mesmo nome e que tem a parceria da Rede de Roraima.
Para Marinaldo Gonçalves, educador do Acre, a escrita provoca medo nas pessoas. Só o exercício coletivo pode romper este medo, segundo ele. Quando a gente faz o exercício de sistematizar, a gente descobre que é capaz, afirmou.
Ocupação da Amazônia – O professor de geografia da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), Antônio Mouta, contribuiu na construção do primeiro capítulo que trata de situar os processos de ocupação da Amazônia e os grandes projetos de desenvolvimento que sempre, segundo ele, resultaram em maior exclusão dos povos da floresta. Um dos desafios para a região, segundo o geógrafo, é romper com as políticas assistencialistas, marca dos governos locais.
O grupo de educadores ainda aprofundou um capítulo do livro Sistematização das Experiências do Oscar Jará e assistiu a um vídeo sobre experiências de projetos de desenvolvimento sustentável em agroecologia localizados nos estados do Acre e Rondônia.
Willian Bonfim