Movimentos e integração

    Os movimentos sociais de toda a América do Sul se reunirão em São Paulo para discutir alternativas de integração, em preparação para a Cúpula dos Povos, em dezembro, na Bolívia. A reunião acontecerá nos dias 18 e 19 de setembro de 2006, das 9h às 18h30, no Instituto Pólis

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        Os movimentos sociais de toda a América do Sul se reunirão em São
Paulo para discutir alternativas de integração, em preparação para a Cúpula
dos Povos, em dezembro, na Bolívia. A reunião acontecerá nos dias 18 e 19 de
setembro de 2006, das 9h às 18h30, no Instituto Pólis, para discutirem o
destino da América do Sul e alternativas de integração regional dos povos. O
evento será também palco de discussão preparatória para a Cúpula na cidade
boliviana de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.
E na manhã do dia 20 de setembro, paralelo à reunião anual do FMI (Fundo
Monetário Internacional) e do Banco Mundial, em Singapura, os representantes
dos movimentos sociais presente durante esta reunião sobre as alternativas
de integração também estarão aderindo às "Jornadas Globais de Ação contra as
Instituições Financeiras Internacionais (IFIs)". Os movimentos sociais
promoverão uma manifestação em frente ao escritório do Banco Mundial em São
Paulo e, juntamente com milhares de pessoas que estarão em Cingapura e em
todo o mundo, irão manifestar-se para ampliar e multiplicar o debate sobre
os impactos produzidos pelas IFIs sobre os direitos humanos e ambientais dos
povos.
Conforme a Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais, a
inconformidade dos povos e a insubmissão dos movimentos sociais,
especialmente os indígenas, camponeses, em defesa da água e demais recursos
naturais, colocou a hegemonia neoliberal em uma situação de impasse, como
não se viu em nenhuma outra parte do mundo. A América do Sul, pela magnitude
dos recursos que dispõe e pela irradiação política que produz, é hoje um dos
principais vetores de equilíbrio ou desequilíbrio da ordem capitalista
mundial. Por isso apostam todas suas fichas na cartekização do
sub-continente.
A Rede afirma ainda que os Estados Unidos correm para fechar acordos
bilaterais de comércio (os famigerados TLCs) com a Colômbia, com o Peru, com
o Equador e agora com o Uruguai. A União Européia, conduzida pelas
transnacionais e bancos que lhe sobram, insiste em negociar com o Mercosul e
CAN (Comunidade Andina) em termos não menos assimétricos. Enquanto isso, no
interior dos Estados nacionais e no âmbito dos marcos regulatórios internos,
FMI, Banco Mundial, BID e transnacionais promovem, articuladamente,
privatizações diretas ou parcerias público-privadas, liberalizações
comerciais cruzadas e programas de conexão de infra-estrutura voltados para
o livre-comércio, como a Iniciativa de Integração da Infra-estrutura da
Região Sul Americana (IIRSA).
O evento intitulado "Internacionalização capitalista ou integração dos
povos: para onde vai a América do Sul?" reunirá representantes de vários
movimentos sociais, tais como o MST (Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra), Via campesina, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB),
lideranças indígenas, Rede Manglar (Equador), Fobomade (Bolívia), Comisión
Nacional en Defensa del Agua y la Vida (Uruguai), entre outros.
Estarão presentes no evento, a senadora boliviana Lionilda Zunita, que
falará sobre a conjuntura de integração e desenvolvimento, como também sobre
as iniciativas de governo, como, por exemplo, o Tratado de Comércio entre os
Povos – Bolívia, Venezuela e Cuba. O haitiano Camille Chalmers, do Jubileu
Sul, apresentará o processo de mobilização em torno da luta contra a dívida
externa e o papel das Instituições Financeiras Multilaterais na região,
principalmente, o caso de Haiti.

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