ONU lança estudo global sobre violência contra crianças

   O especialista Paulo Sérgio Pinheiro, diretor do Núcleo de Estudos da Violência da USP, apresenta à Assembléia Geral da Nações Unidades hoje, dia 11 de outubro, o Relatório Global sobre a Violência Contra Crianças no Mundo. Esse é o primeiro estudo abrangente desenvolvido, a pedido da ONU, sobre todas as formas de violência contra crianças. Para a produção do documento, o especialista utilizou dados da OMS e ouviu crianças que passaram por situações de violência.

O especialista Paulo Sérgio Pinheiro, diretor do Núcleo de Estudos da Violência da USP, apresenta à Assembléia Geral da Nações Unidades hoje, dia 11 de outubro, o Relatório Global sobre a Violência Contra Crianças no Mundo. Esse é o primeiro estudo abrangente desenvolvido, a pedido da ONU, sobre todas as formas de violência contra crianças. Para a produção do documento, o especialista utilizou dados da OMS e ouviu crianças que passaram por situações de violência.

A idéia do estudo global surgiu a partir de uma resolução da Assembléia Geral da ONU em 2002 e foi elaborado por meio de um processo participativo que incluiu questionários, consultas regionais, nacionais, e visitas de campos. Além de trazer uma visão geral sobre o assunto, o relatório aponta recomendações para lidar e prevenir a situação. Durante todas as consultas regionais realizadas, crianças descreveram a violência que sofreram e suas propostas para eliminá-las. Para complementar o relatório, Pinheiro também produziu um livro sobre tema.

Entre as questões fundamentais do estudo, Sérgio destaca a necessidade do Estado e de setores da sociedade de “protegerem as crianças e responsabilizarem as pessoas que as colocam em situações de risco”. O especialista também analisa como qualquer forma de agressão às crianças perpetua seu ciclo, ensinando que ela é aceitável. Confira abaixo a lista dos principais pontos  abordado pelo relatório.

ANDI realiza seminários internacionais sobre o tema
Aproveitando o lançamento do Relatório Global sobre a Violência Contra Crianças no Mundo, a ANDI e a Rede ANDI América Latina estão realizando seminários internacionais sobre o tema em três capitais latinoamericanas. O objetivo dos eventos é reunir jornalistas da região e atores sociais, especialistas e representantes de governos para delinear propostas sobre como essas diversas áreas podem contribuir com a redução das agressões contra meninos e meninas.

O primeiro encontro ocorreu em São Paulo, nos dias 11 e 12 de setembro, reunindo participantes do Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai. Nos próximos dias 9 e 10 de outubro o seminário acontece em Caracas, reunindo jornalistas da Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. E nos dias 12 e 13 deste mês será a vez de Manágua, quando se encontrarão profissionais de imprensa e outras pessoas que atuam no tema na Nicarágua, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México e República Dominicana.

Os debates irão se basear no próprio relatório da ONU, em outros documentos sobre a violência e em levantamento que traz dados sobre a cobertura dessa temática pela mídia latinoamericana. A realização dos seminários é uma parceria da ANDI com as ONGs Save the Children Suécia e Save The Children Noruega.

Leia o relatório sobre violência em português (PDF) acessando
http://www.andi.org.br/_pdfs/Estudo_PSP_Portugues.pdf

Saiba mais sobre o relator Paulo Sérgio Pinheiro acessando http://www.mre.gov.br/CDBRASIL/ITAMARATY/WEB/port/autores/pspinh.htm

Conheça os principais pontos do Estudo Global sobre Violência Contra a Criança

1. A violência contra crianças não é inevitável. Ela pode e precisa ser prevenida.

2. Todas as crianças têm o direito a uma vida isenta de violência. A violência contra as crianças nunca pode ser justificada.

3. As crianças podem oferecer uma valiosa contribuição para nos ajudar a compreender a violência que enfrentam e os danos que ela lhes causa. Precisamos ouvir e aprender com elas e envolvê-las na identificação de soluções.

4. A melhor maneira de lidarmos com a violência contra crianças é detendo-a antes que ela ocorra, investindo em programas de prevenção.  Os Estados devem investir em políticas e programas baseados em provas que ataquem os fatores que originam a violência contra crianças e tomar as medidas necessárias para garantir que recursos sejam alocados para atacar suas causas subjacentes.

5. Ao mesmo tempo em que priorizam a prevenção de violência, os Estados e todos os setores da sociedade devem também cumprir sua responsabilidades de proteger as crianças e responsabilizar todas as pessoas que as colocam em situações de risco.

6. A violência ameaça a sobrevivência, o bem-estar e as perspectivas futuras das crianças. As cicatrizes físicas, emocionais e psicológicas da violência podem ter sérias implicações para o desenvolvimento, a saúde e a capacidade de aprender das crianças.

7. A violência contra crianças desconhece fronteiras. Ela ocorre em todos os países e em todos os grupos sociais, culturais, religiosos e étnicos.

8. Grande parte da violência contra crianças é camuflada. O abuso de crianças freqüentemente ocorre a portas fechadas e é praticado por pessoas em quem a criança deveria confiar -– pais, parentes e conhecidos. As crianças freqüentemente sofrem em silêncio, temendo que, se denunciarem atos de violência, sofram alguma vingança ou por vergonha.

9. Todas as crianças estão expostas ao risco da violência precisamente por serem crianças. No entanto, algumas crianças – em função do seu gênero, raça, origem étnica, deficiência ou condição social – são mais vulneráveis.

10. A violência contra crianças não se restringe unicamente à violência física. Atos de abuso, negligência e exploração também são formas de violência. As crianças afirmam que a discriminação e a humilhação às magoam profundamente e deixam marcas.

11. Agredir uma criança, em qualquer forma, ensina que a violência é aceitável, perpetuando seu ciclo. Prevenindo a violência hoje, ajudamos a construir um futuro no qual ela não será mais tolerada.

12. A violência perpetua a pobreza, o analfabetismo e a mortalidade precoce. As cicatrizes físicas, emocionais e psicológicas da violência privam as crianças de sua oportunidade de realizar seu potencial. Repetidamente multiplicada, a violência contra crianças priva a sociedade de seu potencial de desenvolvimento, minando o progresso que poderia alcançar na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Informações sobre o relatório:
UNICEF Brasil
Adriana Alvarenga
(61) 3035 1965
www.unicef.org/brazil

Informações sobre os seminários da Rede ANDI América Latina:
ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da Infância
Guilherme Canela – coordenador de relações acadêmicas
(61) 2102-6537
[email protected]

Save the Children Suécia
Denise Stuckenbrunck – coordenadora de Programas e Comunicação em Lima-Perú
(51-1) 422-9292 / 5944
[email protected]

Fontes que podem falar sobre a violência contra crianças e adolescentes:

Unicef
Helena Oliveira – Oficial de projetos
(61) 3035-1964

Observatório de Favelas
Jailson Souza e Silva – coordenador
(21) 3104-4057
[email protected]

CIESPI – Centro Int
egrado de Estudo e Pesquisa sobre a Infância
Irene Rizzini – diretora
(21) 2259-2908
[email protected]

Núcleo de Estudos da Violência da USP
Sérgio Adorno – coordenador
(11) 3091-4951
[email protected]

Violes – Grupo de Pesquisa sobre Violência e Exploração Sexual/SER/Universidade de Brasília Maria Lúcia Leal  – coordenadora
(61) 3349-4809

Instituto Promundo
Gary Barker 
(21) 25443114

Núcleo de Atenção à Violência 
Simone Gryner 
(21) 2449-4247

Cecria – Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes
Neide Castanha  – coordenadora
(61) 3274-6632

Instituto Sedes Sapientae
Dalka Ferrari – coordenadora
(11) 3021-5833
[email protected]
www.sedes.org.br

Crami (Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância)
Lígia Caravieiri – coordenadora
(11) 4992-1234 / 4990-8521
[email protected]
www.crami.org.br

Núcleo de Atenção à Violência (NAV)
Flávia Santana – Sub-coordenadora
(31) 3214-1898

Sociedade Brasileira de Pediatria
Maria Celina Machado – médica pediatra
(31) 3241-1128
[email protected]
www.sbp.org.br

Anced – Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente
Mirana Casali – assessora de imprensa
(11) 3159-4118
[email protected]

Centro de Defesa dos Direitos da Criança (Cedeca) Yves de Roussan
Valdemar Oliveira – coordenador
(71) 3326-9878
[email protected]

Movimento Nacional de Direitos Humanos
Ariel de Castro Alves – coordenador
(11) 3105-1059 ou 8346-9534
[email protected]

ONG Projeto Legal
André Hespanhol – advogado
(21) 2507-6464

Sistema Nacional de Combate à Exploração Sexual Infanto-Juvenil
Lauro Monteiro Filho – secretário executivo
(21) 2589-5656
[email protected]

Sugestões de projetos no Brasil sobre violência contra crianças:

Escritório da Juventude negra
Centro de Educação e de Formação Profissional para a Eqüidade racial e de gênero (Ceafro)
Naiara
Bahia – Salvador
E-mail: [email protected]
(71) 3321-2580 ou  9115-7288 

Redução da violência comunitária contra adolescentes
Cipó
Tatiane Souza
Bahia – Salvador
 E-mail: [email protected].
(71) 3240-4477/ 8187-3872

Fortalecendo Redes Sociais
Associação Curumins
Ceará
Márcia Cristine (Violência Sexual) e Raimundo Coelho (Trabalho Infantil)
(85) 3263-2172 / [email protected]

Paz Juvenil
Instituto da Infância – IFAN
Maranhão
Claudette de Jesus Ribeiro
(85) 3268-3979

Meninas Livres – em prol da infância e da educação
Sindicato dos Trabalhadores Domésticos do Estado do Maranhão – SINDOMÉSTICO
Maranhão
Maria Isabel Castro Costa / Hilda Duarte
(98) 3246-0116
[email protected] 

Rompendo o Silêncio
Centro de Defesa Pe. Marcos Passerini
Maranhão
Ana Lúcia Nunes
(98) 3131-1445

De portas fechadas
Centro de Defesa dos Direitos da Criança, governo do Estado, e grupos hoteleiros
Pará
Contato: Conselho Tutelar Belém
(91) 3246-8004

Desenvolvimento de competências de atenção integral as famílias que vivenciam dinâmicas de violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes
Pará
Sandra Silva
 (91) 9996-1304 ou 9933-9500

Combate à exploração sexual e apoio a crianças em situação de vulnerabilidade
ONG Apoitchá
Paraíba
Andréa Câmara Carrer
[email protected].
(83) 3293-1376

Atendimento a crianças de rua
CRIA (Centro de Referência para Crianças e Adolescentes)
Pernambuco
Beatriz Guimarães.
(81) 3493-9865 / 9615-1468

Fortalecendo as Estratégias de Enfrentamento a Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes no Estado do Rio Grande do Norte
Casa Renascer
Rio Grande do Norte
Késia Araújo – (84) 3211-1555 / [email protected]

Clube Comunitário de Adolescentes
CEDAPS – Centro de Promoção da Saúde – Rio de Janeiro, RJ
Kátia Maria Braga Edmundo
Rio de Janeiro
(21) 3852-0080
[email protected]

Escola Popular de Fotografia
Observatório de favelas
Rio de Janeiro
Jailson de Souza
[email protected]
(21) 3888-3220 

Reinserção social de adolescentes em conflito com a lei
AMAR – Associação de Mães e Amigos da Criança e do Adolescente em Risco
Conceição Paganele
São Paulo
(1) 3338-1561
[email protected]
 
 
   

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