Uma face pouco conhecida da cidade

A população indígena de Manaus é de aproximadamente sete mil indivíduos, espalhados pelas quatro zonas cidade, de acordo com Censo feito pelo Instituto  Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE no ano 2000. As organizações indígenas da cidade de Manaus estão buscando apoio do  IBGE, para mapear a população indígena urbana.

A população indígena de Manaus é de aproximadamente sete mil indivíduos, espalhados pelas quatro zonas cidade, de acordo com Censo feito pelo Instituto  Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE no ano 2000. Vindos de vários municípios do Amazonas e de outros estados, eles vivem nos bairros da periferia, em lugares onde não tem saneamento básico, postos de saúde, escolas, segurança e outros serviços básicos. Para sobreviver, muitas famílias produzem e comercializam artesanato, os homens fazem pequenos trabalhos – os “bicos”-, e as mulheres são empregadas domésticas. 
  
Para conhecer melhor essa realidade e, a partir de dados concretos, formular propostas de políticas públicas, as organizações indígenas da cidade de Manaus, juntamente com a Pastoral Indigenista da Arquidiocese de Manaus – Piama, e Conselho Indigenista Missionário – CIMI, estão buscando apoio do  IBGE, para mapear a população indígena urbana. “Nós queremos saber onde eles moram, como estão vivendo e quais suas mais urgentes necessidades”, explica Ana Delia Oliveira, da Piama.
  
O levantamento desses dados terá início nos próximos dias, começando com uma oficina de formação para todos que trabalharão na busca das informações, com assessoria metodológica de técnicos do IBGE. Os recenseadores serão os próprios indígenas, acompanhados de perto pelos membros da Pastoral Indigenista. O
IBGE também irá disponibilizar as informações sobre onde estão localizados os indígenas.
  
Uma das metas desse trabalho é mostrar aos órgãos governamentais, primeiramente, que há uma considerável população indígena na cidade e, segundo, que a Constituição Federal lhes garante um tratamento diferenciado que não está sendo praticado pelos governos, sobretudo municipal e estadual.
  
Uma primeira tentativa de chegar a essa meta foi o encontro entre lideranças das organizações indígenas da cidade e Pastoral Indigenista com o prefeito de Manaus, Serafim Corrêa. O Encontro aconteceu no dia 19 de abril. Os indígenas apresentaram suas dificuldades e necessidades. O prefeito, por sua vez, determinou aos
secretários que atendessem as organizações na medida do possível. A antiga Semtra, dirigida pelo secretário Jéferson Praia, saiu na frente e apoiou a criação da feira de artesanato que desde fevereiro do ano passado vem se realizando uma vez por mês na Praça da Saudade, para ajudar os indígenas a melhorar sua renda. Porém, quando se trata de saúde e educação, as dificuldades encontram barreiras quase instransponíveis.
  
Assembléia – “Manaus, mostra tua cara indígena”. Este foi o slogan da I Assembléia dos Povos Indígenas de Manaus, promovida pela União dos Povos Indígenas de Manaus – Upim, com apoio da Pastoral
Indigenista da Arquidiocese de Manaus e Cimi Norte I, nos dias 03 e 04 de abril, no auditório da Reitoria da UEA – Universidade do Estado do Amazonas. Mais de 200 indígenas, de vários povos diferentes, participaram do evento que encerrou com uma manifestação no centro da cidade.
  
Eles ouviram atentamente os relatos de representantes de órgãos como a Manaustur, Amazonastur, Semed, Semsa, Fiocruz e CDH. Apesar desses órgãos terem destacado inúmeras melhorias no atendimento aos indígenas, vários foram os questionamentos, sobretudo dirigidos aos responsáveis pela saúde. Os indígenas reclamavam de que nos postos de saúde, principalmente, não são bem atendidos e nem lhes é permitido praticar suas formas tradicionais de cura. Foi citado o exemplo de uma família Tikuna que recentemente teve problemas em um dos hospitais da cidade por não
lhes ser permitido acesso a uma criança que havia sido internada.
  
“Um dos mais graves problemas que os indígenas da cidade enfrentam é o atendimento à saúde, sem dúvida. Quando procuram os hospitais ou postos de saúde e se identificam como indígenas, são mandados para a Funai, que nem é o órgãos responsável pela assistência à saúde dos índios. Além da discriminação, a desinformação dos agentes públicos colaboram para precarizar ainda mais a vida dos índios que vivem no meio urbano”, diz Ana Delia Oliveira, da Pastoral Indigenista.
  
Segundo ela, as informações e propostas formuladas a partir do levantamento dos indígenas em Manaus servirão para acabar com o preconceito, contribuir para informação dos
agentes públicos e para proporcionar melhor assistência por parte dos órgãos municipais e estaduais.
  
 
  
Comunidades e organizaçõe indógenas na cidade de Manaus
   
 Aceam
  
Amarn- Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro
  
Amism- Associação de Mulheres Indígenas.
  
Coiab – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira
  
Comunidade Apurinã
  
Comunidade Deni
  
Comunidade Kokama (Grande Vitória)
Incrasim
  
Meiam- Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas
  
Satere-Mawé Y`apyreh`yt (Redenção)
  
Tikuna Wotchimaucu (Cidade de Deus)
  
Upim – União dos Povos Indígenas de Manaus
  
Waykyhu – Sateré- Mawé
(Redenção)

     Povos Indígenas em Manaus                                                                   De onde vem                                                

Tikuna, Kokama, Cambeba
Alto Solimões  e Médio Solimões (Tabatinga, Benjamin Constant, Fonte Boa, Alvarães, Tefé, Santo Antônio do Içá, e outros.
Tukano, Dessano, Tariano, Baniwa, Baré, Piratapuia, Wanana,
Alto Rio Negro (São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro, Barcelos).
Deni
Juruá (Itamarati).
Sateré Mawé, Munduruku, Mura
Baixo Amazonas (Parintins, Maués, Barreirinha, Autazes, Nova

Olinda do Norte, Borba).

Apurinã
Purus (Lábrea, Tapauá).

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