5° Congresso do MST – Reforma Agrária: por justiça social e soberania popular

O MST está debatendo com suas bases e seus aliados um programa novo de Reforma Agrária. Uma Reforma Agrária que deve começar com a democratização da propriedade de terra, mas que organize a produção de forma diferente. Priorizando a produção de alimentos, para o mercado interno, combinada com um modelo econômico que distribua renda. Esses temas serão discutidos no 5° Congresso, entre os dias 11 e 15 de junho, em Brasília

Caros amigos e amigas do MST, publicamos esta edição especial do LETRAVIVA para nos comunicarmos com os companheiros e as companheiras que atuam nas mais diferentes formas de organização de nosso povo. Queremos lhes falar da conjuntura da Reforma Agrária no Brasil e também sobre a realização do 5° Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O Brasil está vivendo um momento complexo de sua história. Tivemos um modelo econômico de industrialização dependente que organizou a nossa economia durante 50 anos – e que, pelo menos, fazia a economia crescer. Esse modelo entrou em crise. A economia está praticamente paralisada há 20 anos. As elites brasileiras, cada vez mais subordinadas aos interesses do capital estrangeiro e dos bancos, estão implementando um novo modelo, baseado nesse capital financeiro e internacional. O chamado neoliberalismo. Mas esse modelo só agravou os problemas do povo.

Não cabe mais Reforma Agrária numa economia que tem seu centro apenas nas exportações, nos bancos e nos grandes grupos econômicos. Cerca de 200 empresas controlam a maior parte da economia e 78% de todas as exportações. Por isso, vocês devem ouvir muito a imprensa empresarial falar que não tem mais sentido a Reforma Agrária.

Reforma Agrária não é apenas pegar um grande latifúndio, dividi-lo em lotes e largar lá os pobres do campo para que se virem. A Reforma Agrária ficou mais complexa porque o capital estrangeiro, as transnacionais, os grandes grupos econômicos tomaram conta da nossa agricultura, para exportar matérias-primas, para produzir celulose e energia, para seu modo de consumo. No entanto, mais do que nunca é necessária uma Reforma Agrária. Uma reestruturação não só da concentrada propriedade da terra no Brasil, mas do jeito de produzir.

5° Congresso

O MST está debatendo com suas bases e seus aliados um programa novo de Reforma Agrária. Uma Reforma Agrária que deve começar com a democratização da propriedade de terra, mas que organize a produção de forma diferente. Priorizando a produção de alimentos, para o mercado interno, combinada com um modelo econômico que distribua renda.

Queremos uma Reforma Agrária que fixe as pessoas no meio rural, combatendo o êxodo do campo, e que, garanta condições de vida para o povo. Com educação em todos os níveis, moradia digna e emprego para a juventude.

. Seria muito bom se todos vocês pudessem ir conosco ao Congresso. Como seria impossível reunir tanta gente -, nós estamos enviando este LETRAVIVA para compartilhar o que será discutido lá, entre os cerca de 17,5 mil participantes, trabalhadores rurais Sem Terra, delegados e observadores internacionais, que estão sendo aguardados para este que será o maior Congresso da história do MST.

A Reforma Agrária não é um problema dos Sem Terra, ou do MST, ou da Via Campesina. É uma necessidade para toda sociedade brasileira e, em especial para o povo, os 80% da população que vive de seu próprio trabalho e que precisa de um novo modelo de organização da economia, com renda e emprego para todos.

Certamente, continuaremos na luta, juntos, na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária, como é o sonho de todo brasileiro honesto e trabalhador.

Reforma Agrária: Por Justiça Social e Soberania Popular!

Direção Nacional do MST

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