“Realizar, incentivar e fortalecer práticas e processos de educação popular articulados em Rede com grupos historicamente excluídos e em situação de desigualdades para efetivar a sua autonomia e emancipação política, social, econômica, etc”.
Esse foi o objetivo definido para a Rede em Goiás pelo grupo de 13 educadores populares que participaram do Encontro de Avaliação e Planejamento da Rede do estado, às vésperas de Natal, dias 21 a 23 de dezembro, na Casa da Juventude, em Goiânia.
Dois segmentos que até então não estavam articulados à Rede se fizeram presentes: o Fórum Goiano de Mulheres e Nação Maria Retalho e do movimento negro de Goiás. Participaram ainda representantes do Fórum de Economia solidária, Habitat para a Humanidade, Grito dos Excluídos, Trama Assessoria Juvenil, Cerrado Assessoria Jurídica Popular, Casa da Juventude, Pastoral dos Migrantes, Pastoral da Juventude do Meio Popular, Comitê Goiano contra Violência Policial, Sem Teto do Parque Oeste e Movimento de Mulheres Camponesas.
Leandro Dias, agente de Pastoral Negro da Arquidiocese de Goiana, tinha uma visão da Rede como um organismo fechado. Esta visão, segundo ele, caiu por terra após o encontro. “Hoje percebo que a Rede é um processo aberto e em permanente construção”.
Além de fazer uma retomada histórica do processo da Rede em Goiás, os participantes do encontro também aprofundaram o Projeto Político Pedagógico (PPP) da Rede, problematizando os seus princípios e diretrizes. Uma das constatações do grupo é a de a implementação do PPP exige um processo de, nas práticas educativas pessoais e coletivas, “conversão” e mudança radicais.
Segundo o Pe. Geraldo Nascimento, diretor da Casa da Juventude, a formulação do Projeto Político Pedagógico está no plano ideal. Um desafio, para ele, é fazer com que as concepções ideológicas expressas no documento não fiquem apenas na cabeça, mas atinjam o coração dos(as) educadores(as).
Na avaliação dos educadores(as) é necessário também deixar mais claro o que quer dizer com determinadas expressões como, por exemplo, diversidade sexual. A invisibilidade de alguns segmentos na elaboração do PPP, na avaliação dos educadores, pode ser a ausência no conjunto da própria Rede ou nas experiências dos educadores.
Organização em Rede
A forma de organização por eixos de trabalho da Rede em Goiás (juventude, rural e urbano) também foi avaliada, apontando já para a superação dos problemas enfrentados, incluindo também o funcionamento da própria coordenação da Rede. Uma das propostas colocadas é a de visitar e dialogar com os movimentos sociais, sobretudo os que não têm participado da Rede para avaliar e reconstruir as relações e também de organizar o trabalho não por eixos, mas por temas geradores.
Encaminhou-se também, neste encontro, as questões referentes ao convênio com a Secretaria Especial de Direitos Humanos, como a relação com a entidade âncora e a contratação de educadores(as) populares. Uma nova data, 16 e 17 de fevereiro, foi encaminhada para continuar o planejamento das atividades.
Willian Bonfim