Rede de Educação Cidadã no estado de Goiás participa, durante o feriado prolongado (22 a 25 de maio), da 2ª Mostra de Economia Solidária e Agricultura Familiar, apoiando e fortalecendo, aproximadamente, 40 empreendimentos de economia solidária e agricultura familiar que integram o Território Médio Araguaia em Iporá, no estado.
Willian Bonfin
Cerca de 40 empreendimentos de economia solidária e de agricultura familiar que integram o Território Médio Araguaia, no Estado de Goiás, se encontraram de 22 a 25 de maio, na cidade de Iporá-GO, na 2ª mostra de Economia Solidária e Agricultura Familiar.
A Rede de Educação Cidadã, a partir da opção feita por uma maior descentralização das suas ações na capital de Goiás, feita em seu planejamento participativo realizado em fevereiro de 2008, optou por apoiar e fortalecer esta luta. Em razão disto, organizou, em parceria com Fórum Goiano de Economia Solidária, um encontro microrregional que contou com a participação de 50 pessoas de 6 municípios do Mato Grosso goiano.
O encontro teve o objetivo de discutir e problematizar os modelos de desenvolvimento predominantes adotados em Goiás em oposição a um novo modelo de desenvolvimento. Na avaliação dos participantes, o modelo de desenvolvimento adotado em Goiás, sobretudo no Médio Araguaia, é um modelo que privilegia o agronegócio com fortes impactos ambientais e exclusão social.
Essa realidade foi denunciada por uma das representantes do Fórum Goiano de Economia Solidária, Zilma Lima, presente ao evento. "Temos um tipo de desenvolvimento no qual cada vez mais um grupo menos de pessoas se apropria dos recursos que precisam estar voltados para o desenvolvimento da maioria", disse.
Em contrapartida a esse modelo, os participantes apresentaram uma proposta de desenvolvimento baseada na solidariedade, na organização popular, no trabalho comunitário organizado em pequenas cooperativas de produção. Mas esse modelo, analisaram, ainda encontra várias barreiras para se desenvolver. A maior delas é a falta de investimento público para os projetos.
Compartilha desta opinião as mulheres do Grupo de Mulheres de Buritis, um projeto de geração de renda, organizado na Fazenda Buriti, zona rural de Iporá-GO. O grupo existe há dois anos e reclama da dificuldade de vender o artesanato produzido pelas mulheres. Por lado, segundo Matildes Rodrigues da Silva, participar do movimento de economia solidária e de uma mostra como a organizada pelo Fórum Goiano de Economia Solidária, ajuda a trocar experiências e fazer novos aprendizados.
A educadora da Rede de Educação Cidadã no estado, Ângela Cristina dos Santos Ferreira, esteve presente durante todo o processo do encontro microrregional, ajudando a pensar a metodologia e também no processo organizativo do evento. Segundo ela, o encontro também foi uma boa oportunidade para divulgar a Rede, por meio de seu vídeo, e o seu Projeto Político Pedagógico.