Há uma invisibilidade da condição humana no DF”, esta foi uma das afirmações da Deputada Distrital, Érica Kokai, no Seminário Direitos Humanos no DF e Entorno – Desafios e Perspectivas, realizado dias 31/05 e 1º de junho, na Universidade Católica de Brasília, com o apoio da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH).
O Seminário, realizado em parceria pela Rede de Educação Cidadã, o Instituto Vida e Juventude, a Comissão Brasileira de Justiça e Paz e a Universidade Católica de Brasília, teve como objetivo aprofundar e atualizar as concepções de direitos humanos, levantar a realidade de violação e conquista no DF e entorno e fortalecer a rede de luta pelos direitos na região.
Érica Kokai fez a afirmação em referência à grande visibilidade que foi dada, pela mídia, ao caso “Isabela Nardoni” e a pouca comoção com milhares de mortes diárias de meninos e meninas filhos(as) das classes empobrecidas.
Segundo ela, a sociedade pouco conhece da problemática dos meninos e meninas que estão cumprindo pena no Centro de Atendimento Juvenil Especializado do DF (CAJE), local onde, segunda ela, a maioria deles, cerca de 87%, está cumprindo penas por crimes cometidos contra o patrimônio.
Para a presidente do Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos do DF, Herilda Balduino, os direitos humanos são inerentes à dignidade da pessoa humana e toda vez que esta é agredida há a violação daqueles.
Vários casos de violação dos direitos humanos foram apresentados pelos cerca de 100 participantes do seminário oriundos das cidades satélites e do Plano Piloto. O mais grave deles, segundo os participantes, é a ausência de políticas públicas do governo distrital para transformar a realidade, a precariedade da saúde e do transporte no DF.
Para o assessor do Gabinete Pessoal do Presidente, Selvino Heck, é necessário fomentar uma cultura dos direitos humanos e isso só se dá com processos de formação e educação popular, mobilização social e organização das comunidades e grupos articulados simultaneamente.
Compartilha desta visão o coordenador do Programa de Educação em Direitos Humanos da SEDH, Erasto Mendonça, para quem “somos chamados a fazer da educação uma prática que desvela a realidade e tira as pessoas da submissão”.
Os 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos e os 20 anos da Constituição Cidadã também foram objeto de reflexão dos participantes, que saíram do encontro com o desafio de fortalecer a luta pelos direitos humanos no DF e entorno por meio do fortalecimento da Rede de Educação Cidadã e de iniciativas como os balcões de direitos e formação de mediadores da cultura de paz, iniciativas desenvolvidas pelo Instituto Vida e Juventude.
Willian Bonfim