Recid/MS Sul realiza seu planejamento para 2009

Educadores e educadoras do Mato Grosso do Sul se reuniram no dia 27 de março para definir quais as principais atividades da rede neste ano, além de debaterem o principais problemas enfrentados no  ano passado.

A caminhada da rede no estado sempre esteve muito ligada à luta dos setores mais vulneráveis às desigualdades sociais, indígenas, sem-terra, trabalhadores(as), associações de bairros, grupos de arte e cultura popular, jovens, negros(as), grupos LGBTT, além de outros. O dia de trabalho foi intenso e as reflexões passaram por diversos temas.

Várias atividades têm marcado a luta social no Mato Grosso do Sul recentemente. No final de semana passado movimentos sociais se reuniram em seminário apoiado pela Rede, para debater a crise. Outras atividades da Assembléia Popular, da Consulta Popular, do Partido dos Trabalhadores, da CUT, da Conlutas e do PSTU também se debruçaram sobre o tema. O Grupo Teatral de Risco, entidade que acolhe e compõe a rede no estado, participava também da semana do teatro ocorrida no mesmo período.

O recente julgamento favorável à demarcação do território indígena Raposa Serra do Sol, motivava os debates da reunião do Conselho Indigenista Missionário que ocorria no mesmo dia em que a Recid se reunia no Sindicato dos Ferroviários para debater como se organizar enquanto instrumento de luta dos grupos pobres e subalternos.

No início da atividade, cujo enfoque foi sobre a história da Rede no Brasil e na região, foi exibido o documentário “Vamos Lá Fazer o que Será”, elaborado a partir de experiências da Recid em 2007. Os cerca de 26 participantes viram uma exposição dialogada sobre a história da Rede, com realce para os objetivos em seu Projeto Político Pedagógico e sua aplicação à realidade do estado.
“Temos que difundir nossa leitura da crise”, diziam os militantes do MST participantes da atividade. A idéia é que se faça um contraponto à leitura que coloca a crise como um acontecimento natural e inelutável, mostrando que a responsabilidade é das empresas, bancos e governos representantes das elites e que este é um momento de mudanças, conforme cartilha de formação da Assembléia Popular distribuída durante o encontro.

Planejamento – Neste espírito, a Reci definiu a formação de base, a gestão coletiva e a comunicação com a sociedade como prioridades para o ano de 2009. Foi encaminhada a elaboração de um plano de trabalho que contemple momentos de formação teórica densa, para educadores(as) mais experientes e outros de formação inicial para a população em geral.

Outra decisão foi a formação de um conselho de gestão que busque maior descentralização da fiscalização dos recursos da Rede. A justificativa é qualificar cada vez mais pessoas para utilização responsável de dinheiro público. A democracia direta deu a tonalidade dos debates.

Por outro lado, a Rede aponta para a construção de outros instrumentos de comunicação popular para se contrapor ao tradicional monopólio dos meios de comunicação da região. Com este esforço, a Recid ganha fôlego para ampliar a luta e fortalecer a construção do Projeto Popular para o Brasil de forma emancipatória e autônoma.

Marcel Franco Araújo Farah

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

8 + 1 =