MST comemora 25 anos de existência

Em janeiro de 1984, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) surgia no cenário nacional de luta pela terra. Para celebrar os 25 anos de resistência e luta pela reforma agrária no país, o MST vai realizar diversas atividades durante todo este ano. De 20 a 24 de janeiro, integrantes do movimento estarão reunidos no Encontro Nacional, a ser realizado na Fazenda Anoni, no Rio Grande do Sul.

Em janeiro de 1984, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) surgia no cenário nacional de luta pela terra. Para celebrar os 25 anos de resistência e luta pela reforma agrária no país, o MST vai realizar diversas atividades durante todo este ano. De 20 a 24 de janeiro, integrantes do movimento estarão reunidos no Encontro Nacional, a ser realizado na Fazenda Anoni, no Rio Grande do Sul.

"Durante o encontro, haverá debates internos, noites culturais, entrega de prêmios a personalidades que foram importantes durante os 25 anos de luta do movimento e no dia 24, realizaremos um ato público em comemoração aos 25 anos do MST", adianta Cedenir de Oliveira, integrante da coordenação nacional do movimento. A fazenda Anoni foi escolhida por simbolizar as primeiras ocupações de terras realizadas em 1979 e que resultaram no surgimento do MST em 1984.

"Nós somos uma das organizações de luta pela terra mais duradoura do país. Nos orgulhamos de ter assentado mais de 350 mil famílias e de criar cerca de duas mil escolas rurais. Além disso, diante dessa crise, nós realizamos um grande trabalho para o país que é a produção de alimentos", afirma Cedenir.

Segundo o coordenador, o principal desafio do MST continua sendo a implantação de um processo efetivo de reforma agrária: "O que houve até agora foi uma política de assentamentos. Queremos implementar um processo de reforma agrária que seja vinculado ao desenvolvimento econômico, baseado na pequena propriedade rural". O movimento critica o governo por não colocar a reforma agrária como modelo de desenvolvimento para o país, preferindo fortalecer o agronegócio.

Sobre a recente criminalização dos movimentos sociais, Cedenir enfatiza que o que está ocorrendo é o conflito de interesses observado na luta de classes: "A elite já fez isso em outras épocas, com os escravos e com os indígenas. Essa criminalização dos movimentos sociais mostra como nossa elite é anti-democrática".

Durante o Fórum Social Mundial, em Belém (PA), de 27 de janeiro a 1º de fevereiro, o MST programa diversas atividades em conjunto com a Via Campesina. Haverá exposição com fotos retratando a luta nos 25 anos de existência do MST, com a finalidade de divulgar sua luta e estimular o debate sobre vários temas. Outras atividades estão previstas para o dia 17 de abril, data do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará.

Neste mês de janeiro, a Comissão Pastoral da Terra divulgou um balanço da luta camponesa em 2008. Segundo a CPT, o governo brasileiro intensificou seu apoio ao agronegócio priorizando o Programa de Agrocombustíveis, a partir do etanol, atendendo aos interesses de grandes empresas nacionais e do capital internacional. Os recursos governamentais disponíveis para o setor sucroalcooleiro foram de mais de R$ 6,4 bilhões, apenas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No balanço, a CPT afirma que a Reforma Agrária está paralisada, sem que o governo cumpra a função de adotar o conjunto de medidas indispensáveis para valorizar e multiplicar a agricultura familiar e camponesa, atacar e reverter a elevada concentração da propriedade da terra no Brasil, que é uma das maiores do mundo: "O ano de 2008 foi o pior para Reforma Agrária no governo Lula. O número de famílias assentadas correspondeu a, apenas, cerca de 20% do total das famílias assentadas em 2007, desempenho que, por sua vez, já estava abaixo da meta estabelecida".

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