A Presença Invisível de um Gigante Estrangeiro no Vale do Anhangabaú

Imagem retirada do site oficial da dupla OsGêmeos
Na terça-feira, dia 14/02/2012, a obra  intitulada Estrangeiro da dupla Os Gêmeos, intervenção feita no Vale do Anhangabaú durante as comemorações do ano da França no Brasil, foi apagada pela Prefeitura de São Paulo.
A dupla se pronunciou através de seu site oficial comunicando estar fora do país a trabalho e lamentando o fato. MAS, informando que já se sabia que a obra seria temporária desde o início, pois o edifício seria demolido. O que não desvalida o erro por parte da prefeitura o gigante só deveria sumir junto com o prédio, se este, realmente vir a ser demolido.
Por que apagar a obra se a mesma sumiria  junto com o prédio? Só pelo capricho de gastar o dinheiro público duas vezes sem necessidade?
A gestão da prefeitura mais uma vez mostra sua imbecilidade. Já haviam apagado outro mural da dupla OsGêmeos, se não me engano em parceria com a Nina Pandolfo e Nunca, na Av. 23 de Maio, sob a desculpa de ter sido um engano por parte da empresa contratada. Na ocasião tiveram que pagar os autores do mural para fazer outra obra no mesmo lugar. Ou seja, a prefeitura pagou para apagar para depois pagar para refazer, gastando o dinheiro público duas vezes.

A atual gestão, não só da cidade mas de todo estado de São Paulo, segue sua política higienista, apagando pixações e Graffiti, espancando estudantes na USP, doentes viciados na cracolândia,expulsando famílias de suas moradias de forma ditatorial e violenta em Pinheirinho e no Centro da cidade. E assim, negando o direito constitucional que garante, pelo menos no papel, um teto a essas famílias. Isso sem citar as favelas localizadas em áreas de especulação imobiliária que “misteriosamente” pegam fogo, como foi o caso da Favela do Moinho.

Mas, o mais irônico disso tudo, é que, assim como não conseguem apagar o povo oprimido da cidade, pois este é a própria cidade. Não conseguiram apagar o gigante Estrangeiro. Pois, ele ainda está lá, bem mais feio é verdade, mas a silhueta CINZA ainda marca a sua presença invisível.
Por: Anderson Benelli – Coletivo Fora de Frequência

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