Focar as diversas interpretações que estão em curso, assim como diferentes tomadas de posição sobre o que fazer enquanto projeto para um outro Brasil é a perspectiva central do II Fórum Social Brasileiro, o chamado Fórum de Abril, de 20 a 23, em Recife-PE.
23 de fevereiro de 2006 | |
![]() CONVOCATÓRIA A experiência brasileira em toda sua potencialidade é singular na discussão de caminhos a seguir para a construção de um país igualitário e justo, democrático e sustentável. Nossa jornada de lutas envolve momentos de esperança e de crise. Diversas interpretações estão em curso, assim como diferentes tomadas de posição sobre o que fazer. Essa pluralidade é o que anima e se expressará nesse II Fórum Social Brasileiro, chamado Fórum de Abril. É, assim, imprescindível ampliar o diálogo e as articulações entre os movimentos e as diferentes redes da sociedade civil para construir agendas comuns e tirar lições para o futuro. Para isso, contamos, entre outros espaços, com o processo do Fórum Social Mundial, que criou a possibilidade de discussões abertas e livres entre os que lutam pelo fim do neoliberalismo e pela superação de todas as formas de opressão. Movimentos e organizações, que vêm se reunindo em Fóruns Sociais pelo mundo afora, têm uma expectativa carregada de esperança no êxito de um processo per-manente de busca e construção de uma globalização solidária que respeite os direitos humanos universais,apoiada em sistemas e instituições internacionais democráticos a serviço da justiça social, da igualdade, da soberania dos povos e do respeito ao meio ambiente.Esses movimentos e organizações estão acompanhando atentamente o que ocorre em nosso país, pelos impactos e dinâmicas que podem gerar em outros lugares. Participando do Fórum de Abril, eles lhe darão um caráter internacional, embora centrado na experiência brasileira. Como todos os Fóruns Sociais, o Fórum de Abril será um espaço de debate da sociedade civil, horizontal, aberto e autogestionado pelos seus participantes, autônomo em relação a governos e partidos, nos termos da Carta de Princípios do Fórum Social Mundial. Ele será organizado em torno de áreas de diálogo, nas quais a disputa entre pontos de vista seja substituída pela escuta das análises, interpretações e propostas de todos e todas, sem atividades mais importantes que outras nem atividades centrais. Os movimentos sociais, redes e entidades que organizam o Fórum de Abril não esperam que nele se chegue a conclusões ou orientações finais únicas, mas sim ao levantamento do máximo possível de ensinamentos e opções alternativas para o futuro, debatendo tanto o papel dos governos, como dos movimentos e organizações da sociedade civil e suas redes e o dos partidos. O que se pretende é que os desacordos sejam tratados no respeito de uns pelos outros, na sua diversidade de pontos de vista e práticas, possibilitando a identificação das convergências existentes para a construção de novos consensos mobilizadores no caso, rumo ao Brasil que queremos. As inscrições para o II FSB começam a partir do próximo dia 02 de março, no site www.fsb.org.br. Todas as atividades do Fórum Social Mundial Temático a experiência brasileira serão autogestionadas. Isso significa que caberá ao comitê organizador apenas garantir o espaço para que as atividades sejam realizadas, bem como a sua divulgação no programa impresso. As organizações proponentes se encarregarão de estruturar cada atividade, em todos os seus aspectos. Mais informações pelo e-mail <!– var prefix = ‘ma’ + ‘il’ + ‘to’; var path = ‘hr’ + ‘ef’ + ‘=’; var addy27687 = ‘organiza’ + ‘@’; addy27687 = addy27687 + ‘fsb’ + ‘.’ + ‘org’ + ‘.’ + ‘br’; var addy_text27687 = ‘organiza’ + ‘@’ + ‘fsb’ + ‘.’ + ‘org’ + ‘.’ + ‘br’; document.write( ‘<a ‘ + path + ”’ + prefix + ‘:’ + addy27687 + ”>’ ); document.write( addy_text27687 ); document.write( ‘</a>’ ); //–> [email protected] Este endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo .Áreas de DiálogoO II Fórum Social Brasileiro será organizado em torno de quatro áreas de diálogo: sujeitos políticos e suas relações; projeto de desenvolvimento alternativo ao neoliberalismo; relações internacionais, geopolítica; Estado e institucionalidade democrática. Na coletiva de imprensa realizada dia 14 de fevereiro, integrantes das comissões do coletivo organizador apontaram iniciativas que contradizem as análises, segundo as quais, o FSM teria se esgotado. Francisco Whitaker, do Comitê Internacional do FSM – Entre outros exemplos de ações articuladas pelos fóruns sociais, em todo o mundo, foi realizada no FSM Caracas a I Reunião Continental do Movimento Sindical, destaca Whitaker. Estabelecer uma metodologia que garanta a substituição da disputa pela escuta das análises acerca da experiência brasileira será um desafio no II FSB. Um desafio que vem sendo perseguido desde o I FSM e que, neste fórum temático, também se concretizará através de um espaço na programação para nenhuma atividade, ou seja, um momento que será destinado ao encontro e às articulações entre as pessoas e organizações presentes. Márcia Larangeira, da Comissão de Metodologia No FSM, a partir do lançamento da Campanha contra os Fundamentalismos, elaborada pela Articulación Feminista Marcosur, foram construídas diferentes atividades em torno do tema. Organizou-se, também a partir dos processos fóruns sociais, os Diálogos Feministas, e a luta pela legalização do aborto esteve presente como tema em vários eventos – durante e pós FSM que foram promovidos por sindicatos na Argentina, pela rede Católicas pelo Direito de Decidir, pela Marcosur e diferentes organizações feministas do Brasil. Para Isaque Menezes, Rede de Juventude do Nordeste, a metodologia do FSM também contribuiu para o surgimento do Fórum de Juventude, em Recife, após a ida de militantes desse movimento ao FSM. Esse Fórum já vai fazer quatro anos de fund Gilson Reis, da CUT, considera este II FSB também um espaço para consolidar análises e propostas de mudanças concretas na política econômica, logo após as eleições. Ele aponta a contribuição dos processos do FSM às transformações no cenário político de países como a Argentina, a Venezuela e o Uruguai que, de acordo com ele, mudaram completamente do ponto de vista da subserviência à política neoliberal. Gilson considera que o principal debate a ser feito no FSB é acerca de um projeto político que seja a base desse modelo de mudança, no Brasil. Alex Reis, da Conen, reforça a proposta metodológica do Fórum ressaltando que, apesar de não produzir nada escrito como uma formulação final, o processo do FSM promove a luta contra o racismo, a desigualdade racial, contra o imperialismo e neoliberalismo. Para ele, é preciso combater a idéia de uma democracia racial existente no país, denunciando que todos os dias jovens negros/as são exterminados/as. Anamaria Moraes e Alexandre Conceição, militantes do MST, apontam o FSM como espaço para reversão do que vem ocorrendo desde 1989, com a implantação da política neoliberal, que fez o desmantelameto do Estado e o afastamento das pessoas da política. Para Alexandre, o FSM resgata isso e foi fundamental na articulação de duas importantes lutas no país: a Campanha Por um Brasil Livre de Transgênicos e o debate contrário ao uso da Base de Alcântara pelo governo americano. Para o MST, o FSM fortalece os movimentos sociais ao organizar bandeiras concretas anti-imperialistas, anti-neoliberais, anti-capitalistas. |