Seminário debate prioridades políticas para garantia da soberania e segurança alimentar e nutriciona

Apontar as prioridades e pautas para a garantia da soberania e segurança alimentar e nutricional este foi o objetivo do segundo painel do Seminário ?Por um desenvolvimento sustentável com soberania e segurança alimentar e nutricional?, preparatório para a III Conferência. O seminário está sendo realizado em São Paulo no Instituto Pólis e terminará no próximo dia 15 de fevereiro.

Por Vanessa Schottz[1] e Rogerio Tomaz Jr[2].

Apontar as prioridades e pautas para a garantia da soberania e segurança alimentar e nutricional este foi o objetivo do segundo painel do Seminário ?Por um desenvolvimento sustentável com soberania e segurança alimentar e nutricional?, preparatório para a III Conferência. O seminário está sendo realizado em São Paulo no Instituto Pólis e terminará no próximo dia 15 de fevereiro.

 Foram convidadas para este painel a agricultora Justina Cima, do Movimento de Mulheres Camponeses (MMC), integrante da Via Campesina, e a nutricionista Regina Miranda, integrante da Rede de Mulheres Negras para a Segurança Alimentar e Nutricional e conselheira do Consea.

Tanto Regina quanto Justina deram ênfase em suas falas à crítica ao modelo de sociedade em que vivemos e apontaram vários exemplos que atestam a inviabilidade do sistema. ?Produz-se um alimento em grande quantidade e isso gera fome?, disse Regina Miranda, referindo-se à soja, cultura que ocupa áreas cada vez mais extensas no país, num processo que ocorre de forma desordenada e promovendo violações de direitos humanos e devastação ambiental. Elas chamam a  atenção para a concepção dominante nesse modelo de que o alimento, a terra e a água são apenas mercadorias, sendo o lucro financeiro o interesse maior. ?Precisamos refletir  sobre  concepção a de injustiça contida no alimento que consumimos hoje? destaca Regina.

Justina fez críticas ao modelo capitalista e patriarcal que não valoriza o trabalho da mulher, institui uma dupla jornada de trabalho e cria valores diferentes entre homens e mulheres, Uma das questões para se avançar na soberania alimentar, disse ela,  é questionar o patriarcado e pensar quais os valores que precisam ser desenvolvidos junto aos homens e mulheres para poder avançar. Regina Miranda destacou a importância de uma política de Segurança Alimentar ser capaz de fazer um diálogo com as mulheres, porque existe uma relação importante das mulheres com a SAN. Para ela ?o lugar feminino na família vem mudando e isto impacta a segurança alimentar. As mulheres são detentoras de saberes em torno das sementes, das propriedades dos alimentos e outras questões em torno do tema?.

As falas de Regina e Justina e os debates em plenária apontaram para a necessidade de afirmarmos que alimento, a água e a terra são direitos fundamentais e não podem ser tratados como mercadorias. É preciso colocar como prioridades para o campo da Soberania e Segurança Alimentar a luta pela reforma agrária e o enfrentamento do latifúndio e da monocultura, o fortalecimento da agricultura camponesa de base agroecológica e a construção de novas relações sociais de igualdade entre as pessoas e com a terra.  

[1] Nutricionista, Assessora da FASE e integra a secretaria executiva do FBSAN

[2] Jornalista da ABRANDH, membro da coordenação do

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