Em espírito de ciranda e de poesias, 60 educadores e educadoras populares de diversos movimentos sociais de várias regiões do estado, vêm construindo o Encontro Estadual de Formação da Rede de Educação Cidadã, Ceará.
DIA: 12.02.2007
Em espírito de ciranda e de poesias, 60 educadores e educadoras populares de diversos movimentos sociais de várias regiões do estado, vêm construindo o primeiro dia de Encontro Estadual de Formação da Rede de Educação Cidadã, Ceará, tendo como ponto culminante o momento de lembrarmos dos lutadores e lutadoras do povo, entre elas DORETHY STANG e a construção da Educação Popular através do estudo e reflexão do texto de Antônio Fernando Gouvêa da Silva: Educação Popular: Prática dos Movimentos Sociais ou Política de Governo? .
E durante este dia houve muitas produções, dentre elas destacamos os poemas do João do Crato e de Elias J. Silva (Fortaleza):
No jardim das Margaridas, floresceu uma Bendita
Que lutando pela terra perdeu a vida
Mas seu perfume e sua dita
se espalharam…
Polinizou-se…
E adubado na luta das mulheres camponesas brotou a Marcha das Margaridas
João do Crato Alegria a gente inventa
Ensinando e aprendendo
Partilhando e convivendo
Sendo, sabendo e querendo
A educação popular
Se controi com movimento
Sensibiizando a todos
Pra viver um novo tempo
Novo tempo, nova prática
Nova metodologia
É o movimento da vida
Construído com alegria
É a participação Gerando democracia
Novo tempo é isso aí a gente acontecendo
É construção coletiva Que vai se fortalecendo
No prazer de contruir
A semente do novo saber
Na educação popular a gente vai
Vivendo, amando e aprendendo.
Elias J. Silva
DIA: 13.02.2007
Durante o segundo dia em ritmos de danças de rodas, as discussões por grupos regionais buscaram conceituar O Que é Políticas Públicas e identificar em que estas políticas se Afastam e se Aproximam da realidade dos seus territórios.
O QUE FAZER?
O que fazer, diante de tudo já que foi feito?
Diante do que ainda não foi feito
Que fazer?
A chave do que fazer não está na minha mão só
Não está só na tua mão
A chave do que fazer é chave de muitas mãos
Ela abre muitas portas
Mas também abre janelas
Para ampliar o horizonte das possibilidades
Do dever, do vir a ser
Que fazer no Inhamuns?
Um por todos e todos por um
Que fazer no Cariri?
Instalar a safra do sorriso
Em meio a safra do pequi
Unir pão e poesia
Na ação do dia-dia.
Que fazer na região Norte?
Ecoar um canto forte
Dá um novo amanhecer
Juntar cabeça e coração
Na trilha do que fazer
Que fazer na região Jaguaribana?
Seguir no alto e no baixo
Amado se amando
Mobilizados e mobilizando
Que fazer pelas bandas do Iguatu?
Juntas o eu com o tu.
No que fazer de todos nós
Que fazer na região metropolitana?
Juntar todos que se amam
Rumo ao fim do desamor
Ser um território vivo
De atenção e amor.
Que fazer no Maciço do Baturité?
Juntar fartura e fé
Juntar mãos, pernas e braços
Reunir um forte abraço.
O ser Homem ser Mulher
Que fazer? Tecer essa rede
Ser atenção e cuidado,
Ser cuidado e cuidados,
Ser cidadão em movimento,
Ser fermento a tecer
Essa rede a todo tempo
Da educação popular
Território do saber
E chave do que fazer
No território e lugar
Que fazer?
O nosso amor coletivo é capaz de responder!
Elias J. Silva
(Texto elaborado em forma de poema para sugerir o que fazer para melhorar a vida do povo, através da educação popular, do fortalecimento dos movimentos sociais e aplicação e criação de políticas públicas, feito em forma de poema por Elias).
ASSARÉ O TEU LEITO
A vida se foi
E a poesia ficou
Circulando, o mundo inteiro
Com o canto que encanta
O professor e caboclo roceiro
Eras tu poeta brasileiro
Que de Assaré a Juazeiro,
Fazias a rima
Saindo da alma,
Sangrando no peito
Mostrando a miséria
Cobrando o direito
E assim tu se foste,
De Assaré o teu leito.
Leonardo Sampaio