Desempregados irão ficar sem frentes de trabalho em 2009

Pelo terceiro ano consecutivo, governadora Yeda Crusius não destina recursos para as Frentes Emergenciais de Trabalho (FETs). Na votação do Orçamento 2009, nesta quinta-feira (13), foi rejeitada emenda sobre o assunto. Para Antonio Lima, do Movimento dos Trabalhadores Desempregados, atitude comprova que governo não quer gerar empregos.

Porto Alegre (RS) – Pelo terceiro ano consecutivo, os trabalhadores desempregados organizados podem ficar sem receber os recursos para as Frentes Emergenciais de Trabalho (FETs). Nesta quinta-feira (13), a Comissão de Finanças da Assembléia Legislativa rejeitou emenda que propunha recursos para as frentes. Na ocasião, foi aprovado o Orçamento de 2009 para o Rio Grande do Sul no valor de R$ 28,6 bi. Agora, o projeto segue para votação em Plenário.

A verba para os trabalhadores está prevista em lei desde 2001. No entanto, desde 2005, ela vem sendo descumprida. Em 2007, mesmo com a previsão no Orçamento de R$ 1,5 mi para as frentes de trabalho, a governadora Yeda Crusius não liberou o recurso. O valor permitiria que 300 famílias gerassem a própria renda através de grupos de trabalho.

Antonio Lima, do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), lamenta
que o governo estadual não queira fomentar a geração de renda aosdesempregados.

"É um reflexo desse projeto neoliberal que só destina recursos públicos para grandes empresas e isso acaba refletindo no orçamento em todas as esferas. Mas se a riqueza for produzida pelo povo, a gente vai resgatar essas riquezas", diz.

Na lei das Frentes Emergenciais de Trabalho estão previstos um salário mínimo durante seis meses, bolsa-alimentação, Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s), seguro e cursos de formação. Hoje, são mais de 2 mil famílias organizadas em 15 cidades do Estado, principalmente nas cidades de Caxias do Sul, na Serra gaúcha, Pelotas, na região Sul, e Porto Alegre. As principais linhas de produção são os alimentos orgânicos, roupas, artesanato e tijolos.

Lima aponta que, além da geração de emprego, as frentes de trabalho são importantes porque são ferramentas de luta pela distribuição de renda no país. Desde que a lei foi implantada, 10 mil famílias já foram beneficiadas.

"Conseguiram gerar a sua própria renda através do trabalho coletivo solidário com outras famílias que também estavam desempregadas. Isso cria uma nova condição de vida para as famílias, modificando toda a situação da comunidade", diz.

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