Aberto um espaço mundial para o debate social

Uma caminhada pelo centro de Belém – PA, ontem (27), debaixo de muita chuva, marcou a abertura do 9º Fórum Social Mundial. Mais de 100 mil pessoas, procedentes de 150 países, estão participando do evento que debaterá, entre outros, os seguintes temas: a crise econômica mundial, as mudanças climáticas e as alternativas ao atual modelo de desenvolvimento.

Uma caminhada pelo centro de Belém – PA, ontem (27), debaixo de muita chuva, marcou a abertura do 9º Fórum Social Mundial. Mais de 100 mil pessoas, procedentes de 150 países, estão participando do evento que debaterá, entre outros, os seguintes temas: a crise econômica mundial, as mudanças climáticas e as alternativas ao atual modelo de desenvolvimento. Durante os seis dias do fórum, serão realizadas mais de 2400 atividades (plenárias, conferências, palestras, oficinas, eventos esportivos e culturais) sobre diferentes questões sociais, políticas, econômicas, culturais, religiosas, ecológicas etc.

Presente no evento, o deputado federal pelo PSOL/SP, Ivan Valente afirmou que o fórum ocorre em um momento crucial gerado pela crise econômico-financeira, energética e alimentar. A elite capitalista neoliberal dizia não ser mais necessário o Estado, pois o mundo seria regido pela concorrência e pela competição. Isso não é verdade. Para Valente, “é hora de mostrar que a prioridade é distribuição de renda, igualdade social e desenvolvimento econômico sustentável. É possível construir uma alternativa não consumista. Agora é o momento em que as idéias socialistas, igualitárias podem florescer com mais força”. Disse que é hora de reafirmar a reforma agrária, outra política agrícola e fundiária, rediscutir o modelo econômico, que passa pela suspensão do pagamento dos juros da dívida pública e pela auditoria da dívida.

Ao falar sobre o Fórum, a ex-prefeita de Campinas – SP, Izalene Tiene, disse esperar que sejam tratados com profundidade os problemas que afligem a Amazônia. “Precisamos dar um passo mais adiante. Não podemos ficar na simples mobilização. Espero que possamos discutir propostas mais concretas para a preservação da fauna, da flora, dos rios e dos povos da Amazônia.” Segundo Tiene, a atual crise que atravessamos não deve nos desesperar, mas pode e precisa gerar novas oportunidades e novas alternativas para outro mundo necessário.

O diretor de campanhas do Greenpeace do Brasil, Sérgio Leitão, declarou que o Fórum é a grande reunião de pessoas que acreditam num mundo melhor. Infelizmente, esse ano ele acontece no meio do caos financeiro causado pela especulação. “Devo dizer que, infelizmente, nós tínhamos razão quando apontávamos o insucesso de uma série de políticas públicas implantadas no mundo inteiro a partir dos anos 90, quando o neoliberalismo triunfou sobre tudo e sobre todos. Por outro lado, queremos mostrar que é possível fazer coisas de modo diferenciado, com preservação do meio ambiente e geração de empregos descentes.

A crise ecológica é a principal crise do sistema de vida, principalmente do mundo ocidental. Pela primeira vez se acredita que a mão do homem pode acelerar processos que nos levarão a uma situação muito grave em termos de sobrevivência no planeta. De acordo com Leitão, a solução desse problema passa por um reequilíbrio completo dos modelos de produção, das taxas de consumo e do modelo energético. Isso implica uma discussão profunda do capitalismo, o qual está assentado sobre a acumulação, incompatível com a possibilidade de assegurar uma vida digna para todos.

Precisamos ter a consciência de que o planeta é finito, enfatizou o diretor de campanhas do Greenpeace. Ele denunciou a ausência do estado brasileiro na preservação da Amazônia e na defesa dos povos que nela vivem, bem com reprovou a ação de grandes empresas que usam a Amazônia como base de exploração dos seus recursos. Defendeu a soberania da Amazônia e a responsabilidade de todo mundo na sua salvaguarda.

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