Nita Freire repudia fechamento das escolas itinerantes no RS

 A educadora Ana Maria de Araújo Freire repudiou a ação “inconstitucional e vil” do governo do Estado e da justiça de impedir que as crianças acampadas, filhos dos sem-terra, não terem o direito de estudar nas escolas itinerantes, que já existem há 12 anos no RS e serviram de exemplo a outros estados.

A educadora Ana Maria Araújo Freire, a Nita Freire, viúva do pedagogo Paulo Freire esteve hoje (13) em Porto Alegre presente na aula pública das Escolas Itinerantes do MST, em frente ao Palácio Piratini. 

A pedagoga estava acompanhada do presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia, deputado Dionilso Marcon (PT), do deputado Estadual Raul Pont, da deputada Estadual Marisa Formolo, e da presidente do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), Rejane de Oliveira. A escola itinerante é legal e cumpre normas do Conselho Estadual de Educação (Ceed), da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e da legislação das escolas no campo.

O MST denuncia que desde o início do ano, governo estadual e o Ministério Público Estadual (MPE) ssinaram Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que decidiram fechar, sem consultar os pais, as escolas itinerantes. Desde então, o governo estadual não cumpriu com o que foi firmado no TAC, que é garantir transporte público às crianças nos municípios em que há acampamentos. É o que ocorre hoje em São Gabriel , em que 400 crianças assentadas e acampadas estão sem estudar desde o início do ano.

A atividade faz parte da Jornada de Lutas dos Sem Terrinhas que ocorre em todo país nesta semana.

 Sem terrinhas realizam protesto
 
Um protesto contra o fechamento das  escolas itinerantes do MST no RS, por decisão do governo do Estado e do  Ministério Público (MP), foi realizado ontem por 250 crianças de  assentamentos. Sem terrinhas entre 8 e 15 anos transformaram a Praça da  Matriz em sala de aula, numa manifestação que integra a Jornada dos Sem  Terrinhas, promovida nesta semana no país. Antes de chegar à praça, houve  caminhada do Paço Municipal à Esquina Democrática e Praça da  Matriz.

Divididas em turmas e sentadas em cadeiras escolares diante  do Piratini, as crianças ouviram a história de vida de Paulo Freire,  contada pela viúva e educadora Nita Freire. Ela resumiu a conversa e a  mensagem que levou aos alunos explicando que: "Paulo criou teoria embasada  no entendimento de que através da Educação se pode mudar o rumo de uma  sociedade. A Educação, segundo ele, serve para humanizar. Ele era  esperançoso e acreditava que a qualidade da esperança faz parte da  natureza humana".

Também com a turma, a presidente do Cpers,  Rejane Oliveira, disse ter perguntado o que era importante para grupo, "e  as respostas foram alimento, terra, paz, amor solidariedade e ajudar a  família". O deputado Raul Pont explicou as ações da AL e do CEEd para  tentar reverter a decisão do MP. E o advogado Jacques Alfonsifalou do  direito à Educação. Elizabete Witcel, educadora da rede estadual e do  colegiado do MST no RS, revelou que 600 crianças de acampamentos estão sem  aulas deste o início do ano. Deste total, 400 vivem em São Gabriel, onde  também ocorreram protestos.

Jornalista Responsável: Kiko Machado

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