A Rede de Educação Cidadã de Goiás, o Movimento dos Trabalhadores(as) Rurais e o Núcleo de Estudos em Agricultura Familiar da Universidade Federal de Goiás realizaram dias 16 e 17 de outubro, um encontro com cerca de 80 acampados(as) de 6 acampamentos do sudoeste goiano.

O encontro, realizado no acampamento Pe. Josimo, no município de Jataí-GO, há 320 kilometros de Goiânia, teve como tema: “Projeto hegemônico, agronegócio em Goiás e a construção do poder popular”. 

O aprofundamento, conduzido por Ângela Cristina, Marcel Farah e Willian Bonfim, membros da Recid, e por Valdir Misneroviz, da coordenação estadual do MST, buscou refletir sobre o projeto hegemônico de sociedade e suas características: concentração de riquezas, negação de direitos, exploração dos trabalhadores, exclusão, impacto ambiental.Uma preocupação do aprofundamento também foi de perceber como o agronegócio se constituiu como eixo do desenvolvimento no estado.

O segundo dia foi dedicado ao aprofundamento sobre o que é o poder popular e como ele pode ser fortalecido tendo em vista a construção de um outro projeto de sociedade: o projeto popular para o Brasil. 

Segundo Valdir Misneroviz a força do popular está na organização do maior número de pessoas. Ele destacou que quem vive da exploração não quer e não vai fazer mudanças. “Só quem é explorado pode propor as mudanças necessárias”, disse. 

O grupo, após o aprofundamento, levantou os desafios colocados pela realidade. O maior deles, segundo os participantes, é o da união e da vivência de novos valores nos territórios organizados pelo movimento. Um outro desafio também colocado é o de articular a luta do campo com as lutas da cidade.

O coordenador estadual do MST propôs à Recid Goiás o desafio de ampliar ações, como este encontro, em outro regionais do movimento no estado de Goiás. “Encontros como este, que reúne membros do MST, educadores da Rede, professores e alunos da universidade, são importantes para trocarmos experiências e estudos entre nós”, disse.