Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

Esta é mais uma campanha que precisamos apoiar, trata-se da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, que foi lançada no Dia Mundial da Saúde, dia 07 de abril de 2011, e pretende alertar que o veneno usado nos cultivos agrícolas brasileiros prejudica muito a saúde das pessoas e do meio ambiente.

 

De acordo com a organização da campanha, com os atuais níveis de utilização de agrotóxicos, cada brasileiro consome em média 5,2 kg de veneno por ano e o Brasil foi considerado em 2009, segundo o sindicato dos próprios produtores de defensivos agrícolas, o maior consumidor destas substâncias pelo segundo ano consecutivo. A campanha é organizada por mais de 20 entidades e movimentos sociais, que pretendem realizar atividades em todo o país para conscientizar sobre a necessidade de outro modelo de produção agrícola, sem utilização de veneno e baseado no respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente, para aí, sim, produzir alimentos verdadeiramente saudáveis. A campanha escolheu o Dia Mundial da Saúde, para lançar oficialmente as atividades.

Mas, mesmo antes da data, seminários, palestras e outros eventos tiveram como tema o prejuízo dos agrotóxicos à saúde. Em Brasília, uma passeata contra o uso de agrotóxicos e em defesa do código florestal reuniu mais de duas mil pessoas. A atividade fez parte da Jornada contra o Uso de Agrotóxicos, em Defesa do Código Florestal e pela Reforma Agrária, realizada nos dias 6 e 7 de abril.

O professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília, FernandoCarneiro, presente nas atividades da jornada, conta que os eventos foram lotados. Para ele, lançar a campanha no Dia Mundial da Saúde é muito simbólico. “Quando se fala de saúde da nossa população sempre se associa à fila de hospitais, mas hoje [7 de abril] foi uma manhã histórica porque estávamos discutindo verdadeiramente o conceito ampliado de saúde, discutindo o modelo agrícola brasileiro, o que este modelo tem gerado em termos de impacto às populações e as dificuldades do próprio sistema de saúde em notificar os problemas decorrentes do uso de agrotóxicos”.

 

O texto abaixo faz parte do material de divulgação da campanha.

I – A PROBLEMÁTICA DOS AGROTÓXICOS NO BRASIL
       O Brasil é o primeiro colocado no ranking mundial do consumo de agrotóxicos. Mais
de um milhão de toneladas de venenos foram jogados nas lavouras em 2010, de acordo com
dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola.
       Com a aplicação exagerada de produtos químicos nas lavouras do país, o uso de
agrotóxicos está deixando de ser uma questão relacionada especificamente à produção
agrícola e se transforma em um problema de saúde pública e preservação da natureza.
       O consumo de agrotóxicos cresce de forma correspondente ao avanço do
agronegócio, modelo de produção que concentra a terra e utiliza quantidades crescentes de
venenos para garantir a produção em escala industrial.
       Desta forma, o uso excessivo dos agrotóxicos está diretamente relacionado à atual
política agrícola do país, que foi adotada a partir da década de 1960. Com a chamada
Revolução Verde, que representou uma mudança tecnológica e química no modo de
produção agrícola, o campo passou por uma “modernização” que impulsionou o aumento da
produção, mas de forma extremamente dependente do uso dos pacotes agroquímicos
[adubos, sementes melhoradas e venenos].
       Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), na última safra
foram vendidos mais de 7 bilhões de dólares em agrotóxicos. Todo este mercado se
concentra nas mãos de apenas seis grandes empresas transnacionais, que controlam mais de
80% do mercado dos venenos. São elas: Monsanto; Syngenta; Bayer; Dupont;
DowAgrosciens e Basf.
       Nesse quadro, os agrotóxicos já ocupam o quarto lugar no ranking de intoxicações.
Ficam atrás apenas dos medicamentos, acidentes com animais peçonhentos e produtos de
limpeza. Essas fórmulas podem causar esterilidade masculina, formação de cataratas,
evidências de mutagenicidade, reações alérgicas, distúrbios neurológicos, respiratórios,
cardíacos, pulmonares, no sistema imunológico e no sistema endócrino, ou seja, na
produção de hormônios, desenvolvimento de câncer, dentre outros agravos à saúde.
II – O QUE É A CAMPANHA
       Diante dessa triste realidade mais de 30 entidades da sociedade civil brasileira,
movimentos sociais, entidades ambientalistas, estudantes, organizações ligadas a área da
saúde e grupos de pesquisadores lançaram a Campanha Permanente Contra os
Agrotóxicos e Pela Vida. A Campanha pretende abrir um debate com a população sobre a
falta de fiscalização no uso, consumo e venda de agrotóxicos, ademais disso sobre a
contaminação dos solos e das águas bem como denunciar os impactos dos venenos na saúde
dos trabalhadores, das comunidades rurais e dos consumidores nas cidades.
       Para além de denunciar as mazelas causadas pelas empresas e pelo uso de
agrotóxicos, é preciso construir formas de restringir o uso de venenos e de impedir sua
expansão, propondo projetos de lei, portarias e iniciativas legais e jurídicas.
       Outro campo de atuação da campanha é o anuncio da possibilidade de construção de
um outro modelo agrícola, baseado na agricultura camponesa e agroecológica. Temos
estudos que comprovam que essa forma de produzir é viável, produz em quantidade e em
qualidade suficientes para abastecer o campo e a cidade. Então propomos avançar na
construção destas experiências que são a única saída para esse modelo imposto que
concentra riquezas, expulsa a população do campo e produz pobreza e envenenamento.
Produzir alimentos saudáveis com base em princípios agroecológicos, em pequenas
propriedades, com respeito à natureza e aos trabalhadores é a única forma de acabar com a
fome e de garantir qualidade de vida para as atuais e futuras gerações.
III – OBJETIVOS
    Podemos elencar como principais objetivos da campanha:
    1- Construir um processo de conscientiza&
ccedil;ão na sociedade sobre a ameaça que
       representam os agrotóxicos, denunciando assim todos os seus efeitos degradantes à
       saúde, ao meio ambiente, etc;
    2- Denunciar e responsabilizar as empresas que produzem e comercializam agrotóxicos;
    3- Pautar na sociedade a necessidade de mudança do atual modelo agrícola que produz
       comida envenenada;
    4- Fazer da campanha um espaço de construção de unidade entre ambientalistas,
       camponeses, trabalhadores urbanos, estudantes, consumidores e todos aqueles que
       prezam pela produção de um alimento saudável que respeite ao meio ambiente;
    5- Explicitar a necessidade e o potencial que o Brasil tem de produzir alimentos
       diversificados e saudáveis para todos, em pleno convívio com o meio ambiente com
       base em princípios agroecológicos.
IV – CONTATOS COM A SECRETARIA OPERATIVA NACIONAL DA CAMPANHA
       Para atingir nossos objetivos é preciso que a Campanha se enraíze através da
construção de comitês locais, para que todas as iniciativas possam ser absorvidas pelo
conjunto da sociedade. As denúncias precisam chegar às escolas, igrejas, rádios locais,
jornais do bairro, para que o povo possa discutir que tipo de comida quer se alimentar.
Venha participar conosco na luta contra os agrotóxicos e pela vida!
Secretaria Operativa Nacional
fones: (11) 3392-2660/ (11) 7181-9737
e-mail: [email protected]
skype: contraosagrotoxicos

3 comentários em “Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

  1. Olá Bom dia, Me chamo Sandra e sou cliente e consumidoras de produtos orgâncios, compro meus produtos na feira do bairro das grças,em Recife-pe, em uma feira que houvee no Mercado de São josé, recebí um panfleto onde tomei conhecimento dessa campanha, e já passei alguns panfletos para algumas pessoas, espero quem sabe com essa ação conseguir conscientizar algumas pessoas, no perigo que é ingerir agrotóxicos, sem se preocupar com o dano que eles causam a nossa saúde.

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