Fernanda Kunzler

Oficina leva ao debate sobre o protagonismo da história Indígena no MS

Fernanda Kunzler

Mística – quais frutos queremos semear

Num Estado onde, segundo relatório divulgado no jornal G1/MS, concentra-se o maior índice de assassinatos de povos indígenas correspondente a 57% das ocorrências em todo no país, sendo que 34 das 60 mortes foram registradas no MS, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ainda há esperanças de transformar essa realidade.

 Neste sentido, e com esse otimismo, a Recid MS juntamente com a comunidade indígena terena Darcy Ribeiro, se encontraram para uma oficina de formação onde se resgatou parte da história desse povo e se debateu sobre a situação limite que se encontram os povos indígenas no Estado.

Na comunidade Darcy Ribeiro, como forma de manifestação por uma moradia digna, indígenas ocuparam terras que estão próximas as casas que fazem parte do Projeto de Governo Municipal, no qual não comporta a quantidade de famílias existentes na região. “Tinha casa com até 3 famílias morando, sem condições, não queremos morar de favor, então resolvemos nos unir e reivindicar nossos direitos, por que na visão da prefeitura estávamos bem ali, mas estamos mostrando que não”, Dalva Botelho, indígena terena.

 A oficina aconteceu em um dos barracos, onde moram cerca de 50 famílias que estão acampadas a aproximadamente 3 meses. No aprofundamento teórico as questões como direito a terra, moradia digna, respeito, preconceito e violência as povos indígenas foram bastante pontuadas, bem como as dificuldades estruturais com as quais convivem diariamente.

 O debate trouxe também a reflexão de como nos vemos no contexto histórico, se somos a história ou o instrumento dela e nesta perspectiva muitas dúvidas surgiram, confirmação de que ainda há muito a ser trabalhado até que o povo se emancipe e se reconheça como sujeitos/atores de sua própria história.

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