Semeando sonhos e cultivando vida justa

“Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.”

Cora Coralina

    Acordamos nos despertar do vento suave do centro-oeste, tem jeito melhor para acordar? Foi neste querido cantinho acolhedor de Luziânia, a manhã estava com cheirinho de café e um pouco fria. Logo que os/as lutadores/as populares se encontravam pelos corredores o abraço, o afago e olhar carinhoso eram espontâneos.

    Chegamos ao 3º dia do XI Encontro Nacional da Rede de Educação Cidadã, e nada melhor que dar as mãos e promover o cirandar, o cirandar dos homens, mulheres, negros, brancos, jovens, idosos, nordestinos, gaúchos, mineiros, indígenas, candangas/os… enfim, todas/os  irmanados formamos um colorido humano, um moinho de energia em contato com a mãe terra que contagiou o inicio do dia. Como filhos da paixão multiplicamos a ciranda, que logo se transformou duas e três. Respirando sensibilidade cantamos e exercemos coletivamente a manifestação do olhar, aquele olhar que enxerga, que inclui, que cuida e protege.

    O dia anunciava ser muito produtivo e atarefado, logo estávamos em marcha no “centro da esperança” a dizer, plenária. Lá, acomodadas/os esperávamos com ansiedade o início dos trabalhos, mas, as músicas, as poesias, os batuques e os barulhos da alegria nos fizeram viver um tempo maior da expressão de amorosidade.

    O amigo José Antônio Moroni nos possibilitou construir, discutir e debater na linguagem da educação popular alguns conceitos entre eles os de: tática, estratégia e estratégico. O que parecia estar vencido por nossa experiência com esses conceitos provocou visões antagônicas, ampliadas e contraditórias sobre os termos.

    Agora ele, que estava mal… num esforço sobre humano, se levanta… e já vem nos provocando, ê companheiro Dennis! Abordou: a Rede de Educação Cidadã e o projeto popular para o Brasil. Um pouco de história, idéias, significados, propostas, novas medidas foram apresentadas e debatidas coletivamente, sendo um importante instrumental para analisar e incidir no nosso de construção do movimento do poder popular.

    Também contamos com a contribuição de aliados sociais que na condição de convidados, dialogaram e dividiram suas experiências com o projeto popular para o Brasil. Neste momento era evidente, por parte de alguns educadores/as o cansaço com a programação, pois a mesma ainda não havia oportunizado um encontro de idéias na metodologia de grupos misto. Essa evidencia estava concentrada principalmente na expectativa e vontade de construir em um espaço menor, ou seja, um fórum de discussão e debate em torno dos desafios e ações no horizonte de nossas ações que não fosse a plenária ampliada.

    A tarde chuvosa trouxe a objetivação desta expectativa, nos divididos em grupos mistos com nomes de lutadores populares como: Zumbi, Olga Benário, Carlos Malighela, Margarida Alves…… Nos grupos observamos como estavam carregados identidade, diversidade e pluralidade dos estados e das lutas. Mesmo com tempo apertado, podemos dialogar, conversar e construir propostas em torno dos desafios e ações para nosso coletivo no próximo período. Gritos de guerra, passarinhos, formigas, rimas e poesias mexeram com nossa criatividade no “centro da esperança”.

    Nossa criatividade ecoou também na radio cirandeira que nos intervalos fazia o ritmo e a voz popular tomar conta da freqüência do Brasil. A proposta da dinâmica “de quem pra quem”, fez os sorrisos saltarem dos rostos, com recados afetivos, românticos, apaixonados, exóticos possibilitou que muitos ficassem vermelhos e outros manifestassem seus sentimentos mais íntimos.

    As reuniões de setores, grupos de trabalho, regiões e coordenação fecharam o dia em que o sol e a chuva nos visitou, a emoção exalou e a beleza encantou.

 Carta do 3º dia:

 Por Equipe de Comunicação 11º Encontro Nacional

 

 

 

 

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