De 21 a 23 de setembro, aconteceu o “1o SEMINÁRIO REFORMA AGRÁRIA E SOBERANIA POPULAR” no campus do IFB de Planaltina. O encontro começou com uma mística que fez um resgate histórico da época da colonização do Brasil, do enfrentamento dos índios com os portugueses e da chegada dos negros nos navios negreiros – mostrando a constituição do povo brasileiro e o processo de exploração que ele viveu.
O segundo dia do seminário começou logo após o cadastramento dos participantes, no auditório do IFB Planaltina. Em roda, tivemos um momento onde todos puderam se ver e se aproximar ainda mais, através dos pedidos do coordenador para que as pessoas circulassem pelo espaço ora se cumprimentando, ora se agrupando por regiões… entre outros aspectos. Depois, xs participantes se separaram em grupos e seguiram para 3 diferentes espaços do IFB, de acordo com o eixo de discussão. A metodologia era a do “carrossel”, onde a cada 1h30/2hs mais ou menos, os grupos trocavam de eixo. Isso aconteceu durante toda a manhã e parte da tarde, até que todxs participassem das discussões de todos os eixos.
Leia mais sobre cada um dos 3 eixos de discussão (Gênero, Etnia e Território agrário ambiental) e, sobre o 3o dia do Seminário, que contou com um atividade prática no Acampamento Palmares (MTD).
Veja abaixo um pouco das boas provocações, que vieram junto com o material didático recebido no cadastramento, sobre cada um dos eixos discutidos no 2o dia:
“Eixo: Gênero
A questão de gênero é a que se refere a opressão das mulheres na nossa sociedade. Vocês já pararam para se perguntar por que as mulheres tem que passar por tantos problemas como: salários menores do que o dos homens, violência, exploração sexual e tantos outros? As mulheres são gente e como gente devem ser tratadas. Não são nem superiores e nem inferiores aos homens e por isso devemos questionar porque nossos inimigos perdem tanto tempo em difundir uma imagem errada das mulheres. Para descobrirmos o porque disso precisaremos ir ao seminário e lá encontraremos várias respostas.
Eixo: Etnia
Em nossa sociedade há bastante preconceito racial. Isso quer dizer que as pessoas são discriminadas por causa da cor da sua pele. Acreditamos que isso é errado e que alimentar o preconceito racial só serve para nos dividirmos enquanto povo e enquanto trabalhadorxs. Por isso vamos estudar qual é a raiz desse preconceito e como nossos inimigos usam isso para lucrar mais e nos dividir, sendo que nós precisamos cada vez mais nos unir independentemente da cor da nossa pele.
Eixo: Território agrário ambiental
Território
O que é território? Onde temos construído nosso território? Por que nossos inimigos se empenham em nos tirar dos nossos territórios para conseguir lucrar retirando trabalhadores de suas área de trabalho e moradia? Esses questinoamentos serão feitos em nosso seminario e iremos construir juntxs respostas e alternativas para nossas organizações e para nossa luta.
Meio Ambiente
A natureza vem sendo destruída pela ganância de algumas pessoas que acham que ganhar dinheiro é mais importante do que respirar, ter contato com as águas, a terrra, o céu. Precisamos preservar o meio ambiente para garantirmos um futuro e um planeta para nós e para nossos fihos. O agronegócio, por exemplo, não liga e não se importa com isso. Em nosso seminário vamos estudar porque eles agem dessa maneira e porque lutamos contra a destruição ambiental e o agronegório e, a favor da soberania alimentar.“
A coordenação do eixo “Gênero” ficou sob a responsabilidade das PLPs (Promotoras Legais Populares) e do MMC (Movimento das Mulheres Campesinas). A do eixo “Etnia”, do Fórum de Juventude Negra/Grupo Afroatitude e da RECID. E a coordenação do eixo “Território agrário ambiental”, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida DF e MPA.
As 16 horas voltamos todxs a nos reunir no auditório para compartilhar e iniciar a sistematização das reflexões e pautas que saíram das discussões nos eixos.
No domingo (23-9-12) a programação do dia iniciou com um café da manhã, como dos outros dias, e as 8h30 os participantes se deslocaram para uma atividade prática no Acampamento Palmares (MTD). Lá foram recebidos com uma poesia escrita pelo companheiro Walter do MPA e recitada pelo companheiro Luciano do MTD. Na sequência, xs participantes prepararam o terreno e plantaram árvores nativas do cerrado.
No final da manhã todxs voltaram para o IFB e finalizaram o encontro com a demanda de uma nova reunião de avaliação e, com o compromisso de seguir construindo a articulação da Região Norte.