A PNEP e as Políticas Públicas – RECID – Conae 2014

20141122_190656_v2

Iniciamos a mesa com nosso mediador, da Secretaria Nacional de Economia Solidária, comentando como pessoas que agora estão no governo, vieram da militância. E que isso traz um desafio, o de continuarem coerentes com a luta. E neste contexto o tema da Educação Popular é muito forte.

É importante pensar: Que tipo de transformações produzimos no ato de governar?

20141122_190656_v2_mediadorA Recid e outros companheiros pensam a Educação Popular como um elemento de articulação desta política, trazendo toda a característica dialógica, de caráter emancipador… e assim por diante.

Neste momento em que forças sociais conservadoras e reacionárias estão indo às ruas, em que a vitória da presidenta é contestada, em que temos o congresso mais conservador da história… é o momento em que a participação é cruxial neste processo.

E neste contexto, a necessidade de organização das lutas é fundamental.

Em relação aos movimentos sociais, vemos que há abertura para um maior diálogo entre eles. Diálogo e convergência. Talvez o momento leve a esta maior união entre eles.

E temos a juventude que em grande parte não viveu a experiência da derrota de lutas históricas para o projeto neoliberal… Então, o que tudo isso significa para esta juventude? E a partir de que bases ela pensa o futuro?

Então vem o esforço dos atuais companheiros na construção do Marco Referencial de Educaçaõ Popular para Políticas Públicas mas não só; também em pensar nossa forma de governo para que este processo fortaleça um projeto de nação.

– — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — –
20141122_164021_zander

Momento inicial da atividade. O companheiro Zander interpreta/recita um poema de luta e resistência para a roda.

Ricardo Spindola inicia sua intervenção trazendo à reflexão. os desafios da educação popular no cenário da educação brasileira. a partir de 3 idéias iniciais.

1 – Sobre as políticas públicas em geral. Quase sempre as políticas públicas têm sido desenhadas somente a partir de um problema [em analogia, investindo-se mais na cura do que na prevenção digamos]. E o processo eleitoral também tem sido muito o foco, e… Se forem tendências, isso enfraquece as políticas públicas (de saneamento X posto de saúde por exemplo, etc).

2 – Como pensar a Educação Popular em um país tão diverso? Nosso 2o desafio. São 57 milhões de crianças e adolescentes e 7 milhões de jovens… São 80 milhões de pessoas em idade escolar. Na Noruega chega só a 1 milhão. Temos tamanho, história, singularidades…. Precisaremos ter muito rigor para termos efetividade neste processo. Nos últimos 10 anos saímos de 1 para 7 milhões no ensino superior. Muitos destes jovens estão em faculdades de má qualidade… Temos que “botar pra dentro” de maneira efetiva, porque senão ficam “fora” embora “dentro”.

3 – 3o desafio: o volume de informações que estamos produzindo hoje. Em uma pesquisa de 2011, toda a informação produzida em 1 ano nos dariam 5 mensagens por minuto por um período de 27 mil anos!!!! Para 2020, multiplique isso por 50.

A imagem foi encontrada na seguinte página do blog com licença CC: http://pessoasegestao.blogspot.com.br/2011/07/sobrecarga-de-informacoes-e-o-seu.html

Se temos tantas informações, deveríamos fazer conexões com estas informações, produzir conhecimento… Mas como funciona o “estímulo” e a “informação” na nossa cabeça? Os neurônios são um ponto: as ligações que fazem e a capacidade que o cérebro tem em fazer filtros… Analisar o que é bom, o que causa dispersão e, fazer memória.

Talvez nós sejamos cada vez mais cérebros cheios de informações, mas sem estruturas para fazer conexões.

As instituições que trabalham com processos educativos deveriam pegar estas informações e produzir conhecimentos (junção de informações), éticas… Pensar em um 20141122_190656_ricardoSISTEMA é pensar em por educandxs em lugares que façam estas ligações…. E neste sentido, “as escolas é que têm défict de atenção, não trabalham bem as informações…” [Parafraseando o poema recitado pelo Zander] A gente hoje é mais operário construído do que operário em construção.

Temos que ser instituições que criam processos, que faz filhos, que faz conexões. Precisamos dar passos pensando na completude das políticas públicas. Pensando nas pessoas que entram e, como entram. E na necessidade destas conexões.

– — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — –

Antes de passar a palavra para Selvino Heck,Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência da República, nosso mediador pontuou dois aspectos importantes da fala de Ricardo Spindola: O quanto a questão quantitativa interfere no ato de governar. E o quanto a política pode ser ou não, entendida como experiência democrática.

– — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — –

SelvinoSelvino nos conta que em agosto de 2014, no diálogo do Brasil sem Miséria, onde estão setores do governo que atuam nas diversas ações, além de movimentos, ongs, pastorais… A ministra apresentou os avanços, o andamento do programa, os desafios… e em certo momento disse: “Chegou o tempo da consciência.”

Quer dizer, falando das cisternas por exemplo. Não basta só construir cisternas (muito menos as cisternas de plástico que alguns queriam por ser mais rápida, mais barata etc), é preciso fazer como fez a ASA – ter um processo educativo. Envolver a familia e a comunidade na construção da cisterna de placa, como cuidar dela, sua relação com o meio ambiente…

A ASA reuniu 50 mil pessoas quando a Dilma foi lá, e por que? Porque não foi só uma cisterna que foi pra lá, foi a consciência política. E como fazer isso junto com os programas que chegam “lá”?…

Lula chamou Frei Betto, a proposta “Matar a fome de pão e saciar a fome de beleza“, e daí surgiu a RECID. A Recid, junto com outros parceiros institucionais estão trabalhando nisso – a Economia Solidária; a Saúde, que tem o Mops; a agricultura familiar… e outros parceiros que também trabalham os saberes populares e que também lutam para chegar nos postos, nos hospitais e em muitos lugares.

Pensamos então que se existe a educação popular em saúde e também em outras políticas/processos, porque não articular estas políticas, programas etc que o governo tem, através da PNEP?

Se tivermos políticas que dialogam, em permanente relação com a sociedade, seguindo os princípios da educação popular de Paulo Freire… aí talvez possamos ir além de só melhorar a vida das pessoas no que se refere a casa, salário melhor, etc… Melhorias de um sistema onde o individualismo e o consumismo são foco e se bastam. Isso é ir ao contrário do coletivismo.

Então uma Política Nacional de Educação Popular entra neste contexto histórico em que estamos vivendo, articulando culturas. No Pronatec, no Brasil sem Miséria, no Minhca Casa Minha Vida… por que não juntar estas práticas ao pensar o bem comunitário, micro e macro, ao invés de só resolver sua vida sozinho? O Mais Educação por exemplo, está conseguindo envolver a comunidade.

Queremos que uma ação dialogue com a outra e estas permanentemente com a comunidade!

E por último é importante lembrar que em maio de 2014 foi lançado o Marco de Referência da Educação Popular para Políticas Públicas. E junto com ele é importante trabalharmos as reformas – política, do judiciário, tributária… É o tempo de trabalharmos nisto e fazermos parte da história.

– — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — –

Temos como desafio pensar um governo que além de apresentar números, pense nas políticas públicas com processos formativos e ainda, que consiga enfrentar as pressões do capital internacional, pressões que fazem governos mudarem de rumo.20141122_190656_v2_mediador

Na Europa vemos governos de esquerda implementando programas de direita. Como criar estratégias para que “certas” pressões – que também estão nas ruas – não nos levem a retrocessos?

– — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — –

VeraVera nos traz novas questões e nos traz o tema da Educação Integral. Um tema que envolve pessoas que estão mais próximas ou mais distantes da área educacional. A pergunta é, como pensar a PNEP junto com a educação integral? Como pensar a Escola Integral a partir dos princípios da educação popular? Como não perder isso de vista e pensar no que vai prevalecer no Brasil até 2003.

E complementando as questões, antes de abrir o debate para a roda, Willian – da Equipe do TALHER e do Departamento de Educação Popular da Secretaria Geral – comenta: Como pensar os princípios da Educação Popular influenciando a educação formal para sacear também a fome de beleza? Será que estamos perdendo a disputa no campo cultural? e como pensar a articulação da educação popular em escala?

– — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — –

Fotos do começo da plenária:

Foto do começo da plenária/roda de conversa. 20141122_172430-v4 20141122_172430-v3 20141122_172430-v2

– — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — –

.

 

 

 

Um comentário em “A PNEP e as Políticas Públicas – RECID – Conae 2014

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

6 + 1 =