Talher-RR pede apoio para comunidades indígenas de Roraima que passam fome em razão de enchentes

Problemas de seca, em 1998, e inundações recentes provocadas pelas chuvas e enchentes tornam a situação de mais de 40 mil indígenas preocupante em Roraima. Além da fome, as comunidades indígenas estão enfrentando problemas de doenças como gripe, diarréia, com riscos de epidemais.

Cerca de 40 mil indígenas de Roraima passam por uma situação de dificuldades jamais vista nos últimos oito anos. Esta é uma afirmação do Conselho Indígena de Roraima (CIR), órgão parceiro do Talher-RR.  A situação foi agravada, segundo Marinaldo Justino Trajano, coordenador do CIR, porque em 1998 aconteceu uma seca que causou muitos prejuízos como a perda de sementes, mortes de criações e falta de água para atender as necessidades mais elementares.

Agora, informa o coordenador, o problema, ao contrário da seca, é a abundância de águas nas comunidades que se situam próximas aos rios, igarapés e lagos. O acúmulo de água, alerta, está provocando novamente a perda de animais, plantações e a um índice muito grande de problemas relacionados à saúde dos indígenas como gripe, febre, diarréia, vômito, entre outras.

Somado a todo este quadro, as famílias ainda estão sem alimentação. A Rede de Educação Cidadã naquele estado está fazendo uma mobilização emergencial para arrecadar alimentos. O Valdir Benício, da coordenação estadual, recorreu a órgãos municipais, estaduais e ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome mas até agora só obteve promessas de cestas básicas para aplacar a fome das famílias e crianças.

Como a chuva destruiu também pistas de pouso, os índios ficaram sem comunicação. Crianças e jovens deixaram de estudar. Em Boa Vista, a Casa de Saúde Indígena (Casai) está lotada. O número de índios doentes, por falta de alimentação adequada, assistência médica e remédios, aumentou no último mês. Agentes de saúde da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) não podem chegar às áreas mais distantes. O risco de epidemia é grande.

Entidades de defesa dos povos indígenas de Roraima, entre elas o Talher-RR, enviaram uma carta na semana passada ao Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, e a vários ministros de Estado, entre eles da Justiça, Educação, Defesa, Agricultura, Integração e Meio Ambiente, solicitando providências urgentes para amenizar a situação caótica vivida atualmente por inúmeras comunidades indígenas do Estado atingidas pelas fortes chuvas.

O documento foi remetido ainda aos presidentes das fundações Nacional do Índio (Funai) e Nacional de Saúde (Funasa). O governador do Estado, Ottomar de Souza Pinto, e os prefeitos dos municípios onde localizam-se as comunidades mais afetadas também receberam a carta.

Em razão das inundação, as famílias não vão poder nem mesmo se aproveitar da mandioca e seus derivados, como o Beiju, alimento básico da alimentação daquelas comunidades. O Conselho Indígena de Roraima contabilizou 40 mil indígenas que estão afetadas pelas enchentes. “Muitas comunidades estão isoladas em razão das dificuldades de acesso provocadas pelas enchentes”, chama a atenção o coordenador do CIR.

Não há estimativa de custos, mas qualquer ajuda será bem vinda, segundo os representantes do Conselho Indígena de Roraima, principalmente a doação de cestas básicas de alimentos para as comunidades indígenas.

Contato
Conselho Indígena de Roraima – CIR
Marinaldo Justino trajano – Coordenador Geral do CIR –
Fones: 95 – 9972-2452 ou 3224-5761 ou 3624-2452

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