Embrapa participa de projeto para diminuir deficiência nutricional

Cerca de 50 países da América Latina, Ásia e África estão participando de um projeto, em parceria com a Embrapa, para aumentar o teor vitamínico de alguns alimentos, como a mandioca. O objetivo é mudar o quadro nutricional no mundo, definido como “caótico” pelo pesquisador José Luiz Viana de Carvalho, da Embrapa Agroindústria de Alimentos. Os pesquisadores envolvidos no projeto, que começou em 2003, têm ligação com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Cerca de 50 países da América Latina, Ásia e África estão participando de um projeto, em parceria com a Embrapa, para aumentar o teor vitamínico de alguns alimentos, como a mandioca. O objetivo é mudar o quadro nutricional no mundo, definido como “caótico” pelo pesquisador José Luiz Viana de Carvalho, da Embrapa Agroindústria de Alimentos. Os pesquisadores envolvidos no projeto, que começou em 2003, têm ligação com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Mais ferro e zinco na alimentação: uma arma no combate à anemia. Os pesquisadores já conseguiram aumentar de quatro microgramas por quilo para 12 microgramas por quilo o teor de betacaroteno nas raízes da mandioca. A meta é chegar a 15 microgramas por quilo. O betacaroteno é uma espécie de precursor da vitamina A. Também conhecida como macaxeira e aipim, a mandioca é uma das principais fontes de betacaroteno e de energia para aproximadamente 500 milhões de pessoas, principalmente nos países mais pobres e em desenvolvimento.

José Luiz Carvalho destacou a importância do estudo para a biofortificação de alimentos básicos na dieta do brasileiro, como a mandioca, porque a falta de vitamina A acarreta problemas de visão que podem levar até a cegueira total. “A vitamina A atua diretamente no funcionamento da visão e no sistema imunológico do ser humano.

”Aumentar o teor de betacaroteno na mandioca significa melhorar um produto que, em teoria, é apenas energético, devido à presença forte de amido, explicou o pesquisador. Segundo ele, no caso do Brasil, a biofortificação da mandioca será útil principalmente para a região Nordeste, onde existe uma carência grande dessa vitamina.

É uma oportunidade para o produtor consumir também um alimento de qualidade nutricional superior ao que consumia anteriormente. Para os pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos, o ideal é estender a cultura da mandioca biofortificada para todo o país, embora a base do projeto seja os agricultores de baixa renda e reduzida condição tecnológica, que vivem em áreas de vulnerabilidade social.

Mandioca

O ciclo de produção da mandioca, de um ano, é bem maior do que o de outras culturas básicas na dieta do brasileiro, como o arroz, o feijão e a batata doce, que têm safra de quatro meses. “Enquanto em outros cultivos, podem ser feitas duas ou três [pesquisas], com a mandioca é possível apenas uma por ano”, disse Carvalho. Por isso, o trabalho com a mandioca deve ser concluído em 2013 ou 2014, acrescentou.

O pesquisador ressaltou que o aumento do teor de ferro e zinco na mandioca contribuiria para combater a anemia, que, para ele, é a maior deficiência nutricional no mundo. “O que mais falta no mundo é ferro na alimentação.” Aliado ao zinco, o ferro reduz a anemia, aumenta a capacidade de trabalho, impede o retardo no desenvolvimento e fortalece o sistema imunológico.

Com isso, as pessoas que consomem alimentos básicos terão uma fonte nutricional mais potencial, em termos de qualidade, afirmou o pesquisador. “Não se trata de fazer apenas enchimento, de dar somente massa, e sim de dar massa com uma estrelinha a mais.

”Carvalho informou que, enquanto não se finaliza o projeto de fortificação da mandioca, estão sendo feitos testes em Sergipe e no Maranhão, estados que registraram os piores índices nutricionais do país. Esses testes, que deverão ser concluídos em 2009, mostrarão os impactos sociais e econômicos da mandioca fortalecida.

No Brasil, o projeto de biofortificação envolve oito culturas agrícolas. Mundialmente, esse número alcança 12 culturas.

Fonte: Agência Brasil

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