Uribe responde com repressão indiscriminada manifestações indígenas

Desde o dia 12 de outubro, os povos indígenas da Colômbia se mobilizam contra os tratados de comércio com a União Européia e qualquer outro com objetivos de violar os direitos das comunidades tradicionais e explorar suas riquezas. Eles exigem também a derrogação da Lei de Bosques e o fim das políticas de "Segurança Democrática" e da parapolítica que causam mortes e deslocamento em todo o país.

Adital
Desde o dia 12 de outubro, os povos indígenas da Colômbia se mobilizam contra os tratados de comércio com a União Européia e qualquer outro com objetivos de violar os direitos das comunidades tradicionais e explorar suas riquezas. Eles exigem também a derrogação da Lei de Bosques e o fim das políticas de "Segurança Democrática" e da parapolítica que causam mortes e deslocamento em todo o país.

Em resposta, o governo colombiano vem agindo com repressão e assassinato dos principais líderes indígenas a fim de desestabilizar as manifestações. As comunidades agromineiras do Sul de Bolívar decidiram se concentrar no município de Santa Rosa até que o governo nacional e departamental decida sentar-se com os representantes das comunidades na mesa de interlocução do Sul de Bolívar.

As comunidades informam que estava prevista para 15 de outubro a reinstalação da mesa de interlocução, data que foi proposta pelo governo com o intermédio do Programa Presidencial de Direitos Humanos, junto ao ministro do Interior, Fabio Valencia Cossio. No entanto, essas entidades não foram ao encontro dos mais de 700 agromineiros que se deslocaram a partir de diversos pontos da Serrania de San Lucas.

"Na atual conjuntura nacional, as instituições do governo, desde o executivo, tem optado, antes que o diálogo e a concertação com as comunidades e suas propostas de vida digna, por ações autoritárias e repressivas contra a mobilização social e o uso de figuras repressivas como a comoção interior, que acrescentam a vulnerabilidade da população camponesa, indígena, setores trabalhistas e trabalhadores da justiça que lutam pela reivindicação dos direitos básicos à terra e à vida digna", afirmam em comunicado.

De acordo com as comunidades, desde 2005, eles insistem que o governo escute e atenda a suas propostas e realize um diálogo construtivo que permita saídas à grave problemática que afeta essa região do país: "Apesar de todos os esforços realizados pelas comunidades, não foi possível continuar o processo de interlocução devido à reiterada negativa do governo nacional de sentar-se para dialogar com as comunidades pelo contrário, observamos uma atitude desinteressada e displicente".

No Peru, a Coordenação Andina de Organizações Indígenas (CAOI), que integra organizações da Bolívia, Equador, Peru, Colômbia, Chile e Argentina, realizam amanhã (17), um plantão em frente à embaixada colombiana, em Lima, Peru. Segundo a CAOI, o governo de Uribe está respondendo com repressão indiscriminada às manifestações indígenas no país: "O governo declarou o ‘estado de comoção interior’, bloqueou as páginas da internet e cortou a energia elétrica de locais das organizações indígenas. Há um número indeterminado de mortos, dezenas de feridos e detidos".

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