Conselho de Segurança da ONU renova mandato da Minustah

Mesmo depois de uma série de mobilizações em diferentes países, o Conselho de Segurança da Onu votou, na última quarta-feira (15), por unanimidade a resolução 1780 que renova o mandato por mais um ano da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). Parlamentares haitianos e movimentos sociais brasileiros criticaram a postura do Conselho.

Adital
Mesmo depois de uma série de mobilizações em diferentes países, o Conselho de Segurança da Onu votou, na última quarta-feira (15), por unanimidade a resolução 1780 que renova o mandato por mais um ano da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). Parlamentares haitianos e movimentos sociais brasileiros criticaram a postura do Conselho.

A resolução afirma que o clima de segurança no Haiti continua sendo "precário", apesar dos progressos obtidos durante os últimos meses na luta contra a violência. O CS considera que o país ainda sofre ameaças a sua paz e sua segurança, principalmente por causa do tráfico de narcóticos e de armas. Por causa disso, os 15 países do Conselho votaram a favor das tropas da Minustah, instaladas no país desde 2004.

A recomendação do Conselho se direciona especificamente à força militar multinacional para que coloque patrulhas ao longo das fronteiras marítimas e terrestres do país a fim de evitar o tráfico transfronteiriço de drogas e armas. O Conselho pede ainda que os organismos da ONU e a comunidade internacional coordenem melhor, junto às autoridades haitianas, a ajuda para a atenção às urgências e às atividades de reconstrução em longo prazo.

Parlamentares de várias tendências políticas haitianas criticaram a decisão do Conselho de Segurança. O senador Yuri Latortue, do partido regional Aribonite in Accion, afirmou à agência EFE, que essa renovação é resultado da decisão do presidente haitiano, René Preval, de deixar a segurança do Haiti a cargo dos estrangeiros e não constituir uma nova força de segurança para substituir o exército que foi desmantelado em 1994.

Os movimentos sociais brasileiros, como a Assembléia Popular e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), se mostraram contrários à decisão do Conselho de Segurança. Segundo esses movimentos, a Minustah não é uma força de paz e, sim, de ocupação. Eles exigem a imediata retirada dessas tropas, lideradas pelo Brasil, do país caribenho.

Criada em junho de 2004 em decorrência de um período intenso de conflitos com a destituição do então presidente Jean Bertrand Aristid, a missão foi encaminhada para promovera estabilização no país. Desde então, são muitas as manifestações para que as tropas deixem o país em virtude de violações de direitos humanos já reportadas por grupos importantes como a Anistia Internacional

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