Alma Vibrante

Educadoras e educadores populares! Com a participação no Fórum Social Mundial (FSM), com certeza, “temos muitas coisas para contar, mas muito mais coisas a aprender das experiências contadas…” Pois é, poderia, também eu, contar uma porção de coisas, no entanto, quero partilhar uma experiência de profundo aprendizado. Escolhi esta pela vibração transmitida e porque, salvo engano, da Recid, apenas Diego (RO) e eu vivenciamos.

Educadoras e educadores populares! Com a participação no Fórum Social Mundial (FSM), com certeza, “temos muitas coisas para contar, mas muito mais coisas a aprender das experiências contadas…” Pois é, poderia, também eu, contar uma porção de coisas, no entanto, quero partilhar uma experiência de profundo aprendizado. Escolhi esta pela vibração transmitida e porque, salvo engano, da Recid, apenas Diego (RO) e eu vivenciamos.

Se eu pudesse descrever como amanheceu o último dia do FSM, diria que foi com as matizes do Arco-Íris. Era dia das Assembléias! Dirigi-me para a Assembléia da Educação. Jamais poderia imaginar que vivenciaria uma das mais emocionantes e reflexivas danças. Uma vez que desde a chegada no aeroporto, assistimos e vivenciamos a criatividade, a diversidade e a riqueza das diferenças expressas através delas.

Quando na Assembléia, depois de tantas falas, onde a Recid também teve a sua, e grande parte dos participantes já havia saído, dado o avançar da hora, o coordenador anunciou, num tom atiçador, “coloquem as cadeiras para trás, vamos dar espaço para uma dança”. Encerrar uma Assembléia de Educação com dança? O que pode a dança ensinar? Terá relação com os desafios da educação? Talvez, alguns se perguntaram isso, mas a maioria adentrou num clima de exaltação. Seguiu o coordenador, apresentando as dançarinas, dizendo que era a dupla vencedora do concurso das Danças Paraenses.

Provavelmente, todos nós já dançamos ou pelo menos já assistimos alguma dança. Quando falamos em dança, em dançarinas, que imagem formamos em nossa cabeça? Na minha, até aquele momento, e, certamente na sua, nos ocorre de ver corpos bem esculpidos, torneados, esbeltos e ágeis, não é assim? Corpos perfeitos e harmoniosos, altivos e insinuantes. Já te imaginou dançando sem pernas?

Assim que as dançarinas entraram na roda, de imediato, o clima de êxtase foi suspenso, os rostos alegres deram lugar a uma expressão de espanto e admiração. Não foi possível conter as lágrimas que rolaram com abundância… Como pode? Isso é mesmo possível? Como conseguiu?

O desenrolar da dança, com matizes de uma alma vibrante, que rodopiava um corpo sem pernas e com apenas um toquinho de braço (direito), com leveza e elegância de uma garça e com força e energia de uma leoa trouxe a maior e a mais profunda lição deste FSM, de um ‘Outro Mundo Possível’. Aquela bailarina de alma vibrante, sem pernas e sem braços, calou, na alma de educadores, abertos ao aprendizado, que tudo é possível, pois como nos ensina o Mestre Leonardo Boff, o Caos pode ser generativo, depende de nós, de nossas ações…O caos é sempre generativo e vai criando ordens sempre mais complexas e criativas. Essa criatividade se manifesta eminentemente na pessoa humana”, (Boff, A voz do arco-íris, p.69).

A criatividade, a vibração da essência da vida, a força, a luta e alegria de viver estavam estampadas naquele corpo, que era uma perfeita expressão de uma alma vibrante. Obrigada, bailarina, por teu testemunho de vida!

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