Em ‘Diálogos da Perplexidade’, lançamento da Fundação Perseu Abramo, dois dos maiores críticos da mídia brasileira saúdam as oportunidades abertas pelas novas tecnologias de comunicação, mas sinalizam que não há panacéia técnica capaz de substituir o organizador político gramsciniano. A chamada grande imprensa ainda é uma de suas trincheiras mais atuantes. Mas se ela ocupa esse espaço no país deve-se muito mais à dispersão política e digital do pólo progressista, do que à uma vitalidade que já não possui. A radicalização editorial crescente acentua as deformações de um jornalismo que perdeu a prerrogativa da notícia para os meios online, deixando ele próprio de ser referência para ser referido.