ECONOMIA SOLIDÁRIA E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL NO PLANALTO CATARINENSE.

 

A partir da observação e avaliação que o desemprego não é uma fatalidade, e sim um dos sinais que aponta para o colapso do sistema econômico capitalista, a Recid/SC aprofunda o diálogo em torno das relações de trabalho, a cidadania que não se constrói apenas com sua eficácia técnica, mas também com sua luta política em favor da recriação da sociedade injusta, a ceder seu lugar a outra menos injusta e mais humana (Paulo Freire, 1996).

 

 

O desafio principal é aglutinar as entidades e potencializar o trabalho que atualmente acontece de forma desarticulada e fragmentada entre as mesmas. A formação e construção político/pedagógica para promoção da Economia Solidária (Ecosol) nos espaços formais e informais de educação e deste modo redimensionar o trabalho e suas relações, foi apontada como uma ação central desta rede aglutinadora.

A continuidade e acompanhamento dos programas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Ministério da Educação e Cultura (MEC), assim como as políticas para promoção da Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), representam políticas públicas consideradas efetivas para o desenvolvimento territorial. Entre os desafios apontados pelo grupo envolvem a consolidação destes programas de governo em políticas de Estado.

A criação de um centro público e feira livre itinerante como propostas de comercialização direta do produtor, em articulação com a Secretaria Municipal da Agricultura de Lages e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) que tem como desafio central estimular a produção diversificada de frutas, verduras e legumes, prioritariamente os agroecológicos produzidos por agricultores/as familiares. Foi percebida a necessidade de formação em Ecosol junto aos produtores rurais aprimorando o conhecimento e inovando as práticas acerca da produção de alimentos ecologicamente sustentáveis e comercialmente justos. Queijo como atividade produtiva indutora do turismo rural na agricultura familiar.

O queijo serrano é reconhecido no estado de SC pelo sabor característico, trazido pelos tropeiros desde o século XVIII serra abaixo, usado como escambo, uma das moedas de troca para obtenção de outros produtos. O reconhecimento, padronização e conseqüente selo de indicação geográfica, precisa que a implantação do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) na região de abrangência da Amures (Associação dos Municípios da Região Serrana) precisa ser efetivado como prioridade de ação das entidades envolvidas. É produzido a partir do leite não pasteurizado, por isso mesmo, precisa de práticas pedagógicas formativas visando a produção e beneficiamento do leite, além de políticas de crédito e fiscalização sanitária dos órgãos públicos competentes, no sentido de implantar um sistema de vigilância colegiado entre os municípios da região da Amures. A coleta, beneficiamento e venda direta do pinhão é outra oportunidade de renda para a agricultura familiar, face á comercialização geralmente injusta, mediada por atravessadores interessados somente na exploração e no lucro.

A agroecologia e a permacultura, são sistemas de manejo da propriedade e da produção que podem servir como propostas sustentáveis aos agricultores/as, voltadas à produção de alimentos agroecológicos e de práticas pedagógicas voltadas à educação do campo e para o cultivo em agroecossistemas no território. O artesanato é a atividades complementar de muitos agricultores/as, trabalhadores/as do campo e da cidade, principalmente as mulheres. São oportunidades de renda para as famílias, por serem as atividades de beneficiamento da lã, crochê e tricot, tecelagem, pintura, escultura e outras manifestações culturais encontradas nas populações rurais e urbanas do território.

O Programa Santa Catarina Rural – Microbacias 3 apresenta a terceira etapa de uma estratégia de desenvolvimento rural do Estado que já acontece há duas décadas e tem por objetivo consolidar avanços alcançados pelos Projetos Microbacias 1 e 2. O programa será executado de 2010 a 2016 e visa aumentar a competitividade das organizações da agricultura familiar. O objetivo do Programa é apoiar as iniciativas coletivas direcionadas a melhoria da competitividade do setor Agropecuário, a gestão dos recursos hídricos e ao aprimoramento de forma sustentável de suas políticas, instituições, fundos de incentivos governamentais e ações relacionadas ao desenvolvimento rural com o foco nos agricultores familiares.

A presença das Entidades de Apoio e a articulação Recid/Brasil Local/CFES/Cáritas/CONSAD através do FRES pode oportunizar a implantação dos Conselhos Municipais de Segurança Alimentar (COMSEA’s); auxiliar na efetivação (democratização) do Programa Luz para Todos; consolidar a Inclusão Produtiva através dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) Municipais; consolidação do projeto de lei de iniciativa popular que dispõe sobre política nacional de economia solidária; ampliação das políticas de crédito para Ecosol; Captação de rec
ursos financeiros para as atividades de formação, oficinas pedagógicas para a promoção da Ecosol são ações elencadas como prioritárias para o desenvolvimentos das políticas de  desenvolvimento territorial.  Para finalizar, foi proposta uma agenda que permita organizar e dar continuidade às atividades de Ecosol e as políticas pertinentes.

 

DSC01441.jpg

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

4 + 9 =