Encontro Estadual dos Educadores de Minas Gerais.

XVI Romaria das Águas e da Terra.

Figueira do Rio Doce, outono do ano de 2012.

Começar uma carta nem sempre é fácil, ainda mais quando o conteúdo diz respeito à outras pessoas, outros olhares e ouvidos. Mas nesse processo que estamos construindo, há validade no feito. A proposta de realizarmos nossa reunião mensal (Educadores da RECID-MG) em “Governador Valadares” e (ainda por cima) participarmos da XVI Romaria das Águas e da Terra, foi “de pronto” bem recebida. Estar em um lugar cheio de histórias de lutas, sempre é algo que estimula e anima a caminhada. 

Já em solo tão fértil, terra de nossa companheira Marlicéia, nos instalamos na Paróquia da Sagrada Família, e como o nome propõe, fomos muito bem acolhidos. Na noite que antecedeu nossa reunião, tivemos um momento de confraternização na casa da família de nossa companheira: família grande, acolhedora, mineira (no que há de melhor nessa expressão). Após roda de queijo do Serro, cachaça da boa, churrasco, geladas cervejas e prosas aquecidas, fomos para o descanso, afinal alguns vinham de uma longa e cansativa viagem e o próximo dia seria de trabalho intenso.

Dia amanheceu com café farto, e dá-lhe prosa com os párocos da casa. Gente de fé no que faz!

 

Companheiro Nilson deu início na Mística de abertura, com cantos de animação (isso não falta), colocando nossas sementes na terra e conjurando nossas palavras de reflexão, lembramos do sentido de nossas lutas e o que nos move: a luta pela terra, contra exploração predatória da mineração, a dívida pública, a usura dos bens da natureza e todas as mazelas causadas pela insensatez do Capitalismo. Cada qual, ao seu modo, foi informando e repassando sobre suas atividades em suas regiões, “Minas são muitas”. Muitas, em suas características, de campo e de cidade. Muitas nos desafios da luta contra as consequências da mineração “à céu aberto” de Paracatú, da companheira Ana Amélia, passando pelos “novos” desafios contra esse mesmo “monstro”, no Norte, do companheiro Nilson, caminhamos pelas estradas de desafios e lutas pela conquista da terra contra a “Agrodesgraça”, pelo Vale do Mucuri, de Cristiane; descendo caminho abaixo pela Zona da Mata (onde, Juiz é de Fora) e seus desmandos políticos, onde o bom-senso e o rumo parecem ter se perdido em meio às questões de Segurança Alimentar e Cooperativas de Catadores, de nossa companheira Andréia. Nessa “viagem” de relatos e conquistas rumamos na estrada afora passando pelo conservador, (e emergente): Sul de Minas, com seu “ café com morangos intoxicados”, das atividades do Zé Bento. Pegando uma carona nas histórias de resistência e luta das ocupações urbanas, pelos Humanos Direitos que temos, chegamos à região Metropolitana de Sãozinha e Marlicéia ( que nos conta sobre sua vontade de ‘mudar” de atividades – indo para o campo da “ação direta”, saindo da burocrática – porém extremamente necessária: Gestão).

Sentindo a ausência de nossas companheiras, Cida e Rosely, que por motivos de força maior, não puderam compartilhar conosco tão precioso momento, seguimos em frente…

Para as questões práticas das ações pedagógicas, o tempo sempre nos é curto. Como resolver essa questão? Esticar o dia? Esticar o tempo? Atrasar o burocrático relógio? Difícil dilema!

Ainda temos “dificuldades” em relação às nossas sistematizações, tão caras à nossa organicidade enquanto Rede.

Na prática, somos organizados e eficientes.Caminhamos para a nossa “práxis” pedagógica, mesmo com todos os atropelos dessa “burocracia acachapante”, em muitos sentidos.

E após o almoço, de comida tão boa, forrados e bem dispostos, seguimos imersos em trocas de informações, com a leitura coletiva dos documentos da RECID. Nos damos conta, então, do quanto já “pavimentamos” nossa estrada e o quanto teremos de desafios em nosso planejamento à frente. Concordamos em construir nossas parcerias sob a perspectiva de tão Solidária e Popular Economia, em julho: 3 dias teremos para avaliarmos e propormos ações sob essa perspectiva de mudança, pois “Uma outra economia já acontece”!.

Contra os Agrotóxicos Pela vida, tomamos o nosso cafezinho, que acompanhado de bolo, palmas e alegria,( a aniversariante) Cristiane, festejamos! Nessa Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos queremos, primeiramente, o “Banimento dos Banidos”, lutando pelo direito à vida plena, com saúde e justiça no campo. Pela reforma Agrária contra os interesses da “Agrodesgraça”, à favor da Agricultura familiar.

Já batia o sol fraquinho no Ibituruna, que à tudo observa, quando encerramos nosso dia, com o Galo cantando a Uma, pensando que era madrugada. Não era Uma, nem meia, nem nada era a hora de nos aprontarmos para a “Cultural” (que não aconteceu naquele dia).

Dia seguinte, em Romaria pelas Águas e pela Terra seguimos com companheiras e companheiros de outros lugares, em marcha, Denunciando e Anunciando: “O caminho se faz Caminhando”

Fica aqui o meu relato, meio vago… que me desculpem o esquecido do não escrito, desejo a tod@s um grande abraço!

Pátria Livre!!! Venceremos!!!

José Bento Souza Vasconcellos dos Santos

Um comentário em “Encontro Estadual dos Educadores de Minas Gerais.

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