Combate à pobreza começa com políticas públicas integradas

Durante o Seminário Nacional Mesa Brasil SESC, realizado nos dias 8 e 9 de outubro, em Brasília, três especialistas em políticas sociais discutiram as alternativas para o combate à pobreza e à insegurança alimentar no País. Abordando o tema "A dimensão social da segurança alimentar", o debate contou com a presença de Wanda Engel, do Instituto Unibanco, Paul Singer, secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, e Ricardo Henriques, do BNDES.

Adital
Durante o Seminário Nacional Mesa Brasil SESC, realizado nos dias 8 e 9 de outubro, em Brasília, três especialistas em políticas sociais discutiram as alternativas para o combate à pobreza e à insegurança alimentar no País. Abordando o tema "A dimensão social da segurança alimentar", o debate contou com a presença de Wanda Engel, do Instituto Unibanco, Paul Singer, secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, e Ricardo Henriques, do BNDES.

Os especialistas analisaram a eficácia dos programas de proteção social desenvolvidos no país como forma de minimizar as conseqüências da pobreza. Segundo Wanda Engel, o enfrentamento da pobreza começa com políticas integradas, com políticas de proteção social, que assegurem as condições mínimas para o desenvolvimento. Para ela, a proteção social se configura como porta de entrada para a promoção social, com a criação de capital humano e o fortalecimento das organizações sociais.

Wanda ressaltou ainda a necessidade de monitoramento e avaliação dos programas voltados para a redução da pobreza. A palestrante afirmou que é preciso ter em mente que o gasto social não é gasto e sim um investimento. Citando o programa Mesa Brasil do SESC, Wanda enfatizou a importância da realização de programas que saiam da simples distribuição de alimentos e incorporem outros aspectos sociais.

Paul Singer apontou a existência de duas condições essenciais para a Segurança Alimentar: a produção de alimentos e o acesso dos pobres à alimentação. "Através da proteção social, pode-se minimizar o sofrimento dos pobres. Ao lado dos programas governamentais, há espaço para a ação da sociedade civil", afirmou. No entanto, ele ressaltou que as relações entre o governo e o terceiro setor estão de forma catatônica há mais de um ano.

O secretário citou entidades que auxiliam no combate à fome e à pobreza, como a Pastoral da Criança e a Articulação Semi-árido (ASA). "Essa entidades conseguem transformar as políticas do Estado em ações emancipatórias", acrescentou. Ele aponta ainda a existência do programa Brasil Local, que, dentro dos princípios da Economia Solidária, busca fortalecer as comunidades, com a participação de agentes da própria comunidade mobilizando as pessoas.

O representante do BNDES, Ricardo Henriques, discorreu sobre a necessidade de os programas de proteção social se encaminharem para políticas integradas, diminuindo a fragmentação entre os setores do poder público. Ricardo elogiou a função exercida pelo programa Mesa Brasil SESC, porém deixou uma provocação: "A questão é: qual o futuro do Mesa Brasil? Como essa rede de solidariedade que se formou pode estimular outras redes pessoais, que se organizem em redes emancipadas? Esse é o desafio que se coloca ao Mesa Brasil SESC".

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

9 + 6 =