Educador@s Populares trocam experiências e aprofundam conhecimento freiriano, em 1º Encontro.

Aconteceu em Goiânia, entre os dias 26 e 28 de junho, o 1º Encontro da Escola de Formação de Educador@s Populares, com educador@s ligados às organizações, entidades, movimentos sociais e populares de Goiás e pessoas que mesmo fora de grupos ou movimentos tivessem interesse e comprometimento com a educação popular crítica, ética e livre de pré-conceitos.

No Instituto São Francisco, espaço arborizado, confortável e calmo do Setor Coimbra, as 60 pessoas selecionadas foram acolhidas com hospedagem e alimentação, para uma imersão de estudos e reflexões que terminaria apenas no fim da tarde de domingo.

Tod@s bem recebid@s, às 19 horas da sexta-feira, com um delicioso e caseiro jantar preparado pelas freiras do Instituto. E apesar do dia ter sido de trabalho árduo para @s presentes, não havia ninguém indisposto ou com cara de estar perdendo o bom da noite.

Ao contrário, era alegria o que havia, enquanto eram feitas as entregas de materiais, apresentações e primeiras atividades de entrosamento, com a assessoria do educador Rezende Bruno, da Casa da Juventude Pe. Burnier de Goiânia.

A manhã de sábado foi também conduzida por Rezende e pela equipe de coordenação da Rede de Educação Cidadã. Neste segundo momento, foram expostas e discutidas as experiências e práticas da Educação Popular por todo o grupo de Goiás e por participantes do Distrito Federal. E apresentadas às primeiras noções do que seria educação popular, aos que desconheciam as concepções e teorias de Paulo Freire.

A cada início e conclusão dos períodos de estudo, eram feitas belas “acolhidas”, que ficaram a cargo da coordenação até que fossem formadas equipes de cooperação e o grupo chamado de Mística e Ambientação assumisse essas atividades.

Durante estes momentos, as palavras eram recitadas em versos e prosas, cantaroladas em coro, acompanhadas ou não ao violão; os movimentos tornavam-se relaxantes ou sinais de carinho; os que eram muitos pareciam unos. E era difícil não se emocionar, por que o mundo já parecia bem melhor.

Mas como ainda havia muito o que apreender e partilhar, a partir da tarde de sábado, foi o educador Antônio Gouveia, da PUC de São Paulo e da UFSCAR, quem contribuiu com os temas: Diferentes Concepções da Educação Popular; História e Referenciais da Educação Popular; e Perspectiva da Educação Popular Crítico-freiriana.

E ficou bastante satisfeito com o que encontrou. “É um grupo mais reflexivo, com conhecimento aprofundado e consistente, em função da história dentro dos movimentos sociais”, disse Gouvêa. O professor lamentou apenas não ter tido conhecimento prévio das práticas trazidas pelos participantes, pois gostaria de ter realizado “algo mais próximo aos movimentos envolvidos”.

Mesmo sem ter o conhecimento do perfil dos participantes, condição difícil de ser alcançada antes de um primeiro encontro, os conteúdos trazidos por Antônio Gouvêa, Rezende e o modo como estes e os coordenadores conduziram as discussões, ampliaram ainda mais as perspectivas de alcançar uma educação livre do peso estático do positivismo.

Se as pessoas beneficiadas com a oportunidade já tinham vivências e práticas conscientes e libertadoras de educação, anteriores ao encontro, a partir deste, o caminho tornou-se ainda mais claro.

Deusdete Oliveira destacou a diversidade dos educadores presentes, ligados ou não aos muitos movimentos sociais. O que foi observado também por outros integrantes da coordenação.

“Vieram pessoas que estão buscando fazer educação para a libertação. Muitas fazem parte da base dos movimentos sociais”, descreveu Hugo Leonnardo, coordenador ligado à Rede de Educação Cidadã.

Uma questão importantíssima instigou a todos, em meio às discussões: "Sendo a educação popular, nascida e fomentada nas comunidades de base, como poderia tornar-se oficial, tornar-se política pública, sem perder-se de suas raízes?". Essa proposta por Edmilson Borges, da Casa da Juventude. Essa é uma discussão que a Rede de Educação Cidadã buscará aprofundar com os(as) educadores(as) populares de todo país.

Por Elissa Mattos, equipe de comunicação da Escola de Educadores Populares 

 

 

 

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